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Justiça determina bloqueio de bens de presidente da Alerj e dois deputados no valor de R$ 270 mi

16.nov.2017 - Jorge Picciani se entregou à Polícia Federal após ter a prisão decretada - José Lucena/Futura Press/Folhapress
16.nov.2017 - Jorge Picciani se entregou à Polícia Federal após ter a prisão decretada Imagem: José Lucena/Futura Press/Folhapress

Paula Bianchi

Do UOL, no Rio

17/11/2017 18h54

O desembargador federal Abel Gomes determinou nesta sexta-feira (17) o bloqueio das contas e a apreensão dos bens do presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), Jorge Picciani, e dos deputados estaduais Edson Albertassi e Paulo Melo, todos do PMDB. Os três estavam detidos desde ontem por decisão do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) e tiveram a prisão revogada pela Alerj na tarde de hoje.

A Justiça determinou também a apreensão e bloqueio de contas de outras dez pessoas e 33 empresas. A decisão atende a um pedido do MPF (Ministério Público Federal).

O magistrado determinou o bloqueio de R$ 154,46 milhões de Picciani, R$ 108,61 milhões de Melo e R$ 7,68 milhões de Albertassi --um total de R$ 270,75 milhões.
 
Também foram bloqueados R$ 154.460.000 do filho de Picciani, Felipe, preso provisoriamente desde terça, e R$ 7.680.000 cada um da esposa, filha e do pai de Albertassi. 
 
A ordem do desembargador abrange ativos financeiros e bens móveis e imóveis, incluindo veículos, embarcações e aeronaves, “nos termos requeridos pelo MPF e nos limites dos valores que igualmente constam daquela listagem”.
 
Também foi determinada e a prorrogação da prisão provisória do filho de Picciani, Felipe, e de Ana Claudia Jaccoub, Marcia Rocha Schalcher de Almeida e Fábio Cardoso do Nascimento. Todos estão presos desde terça-feira (14)
 
Segundo o desembargador, há "fundadas suspeitas do envolvimento de todos esses investigados nos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, seja como destinatários das propinas, como responsáveis pelo seu recebimento direto ou indireto ou por sua concorrência e colaboração na dissimulação ou pulverização através de outros expedientes, notadamente interposição patrimonial via pessoas jurídicas." 

Picciani, Melo e Albertassi passaram a noite na cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte carioca, onde também estão detidos o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e outros condenados e réus da Lava Jato. Eles foram soltos logo após a Alerj revogar a prisão.

A Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato no Rio, apura o uso da presidência e outros postos da Alerj para a prática de corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Os parlamentares são suspeitos de favorecer interesses de empresários no Estado, entre os quais representantes do setor de transporte público e empreiteiras, em troca de propina.