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Prisão de Pezão gera bate-boca entre Marcelo Freixo e Carlos Bolsonaro

Adriano Ishibashi/Framephoto/Estadão Conteúdo
Imagem: Adriano Ishibashi/Framephoto/Estadão Conteúdo

Mirthyani Bezerra

Do UOL, em São Paulo

29/11/2018 19h29

A prisão do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB-RJ) motivou um bate-boca entre o deputado federal eleito Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) na tarde desta quinta-feira (29).

A discussão aconteceu no Twitter e começou quando outro filho de Bolsonaro, o deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) postou que alerta, desde 2016, para "as consequências da corrupção e incompetência do governador Pezão" e que foi um dos primeiros deputados do estado a defender o impeachment dele, divulgando junto com a postagem um vídeo em que critica o emedebista na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

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Freixo iniciou então uma série de tuítes em quem afirmou que o pedido de impeachment contra Pezão foi de autoria dele e da bancada do PSOL na Alerj e que ele, 2014, havia pedido a cassação da chapa do atual governador.

"Flavio, você também esqueceu de dizer que você apoiou a eleição de Cabral e de Pezão. Você, inclusive, foi do PP de Francisco Dornelles [vice de Pezão]. O que você fez para enfrentar a corrupção de seus antigos aliados? Fácil falar agora, né?", postou em outro tuíte.

Por fim, Freixo postou um tuíte falso atribuído ao pai de Flavio, Jair Bolsonaro, em que ele pediria aos fluminenses para, nas eleições de 2014, darem "uma chance a Pezão como governador para ele dar continuidade ao legado de investimentos iniciado por Cabral".

Não foi Flávio quem respondeu às postagens de Freixo, mas o irmão dele, Carlos Bolsonaro. "Por que não me espanto em ver um psolista, o chef(x) [sic] do partido que foi de Adélio divulgando post falso? Isso é PSOL, isso é PT!", postou na sua conta do Twitter.

Freixo apagou a postagem, em outro tuíte, reconheceu que ela era falsa e disse não espalhar ?mentiras como vocês?. "E esta imagem de baixo, é verdadeira? Em quem você votou para governador do Estado? Fala a verdade", escreveu colocando uma imagem de Jair Bolsonaro na campanha eleitoral de 2014, quando pleiteou o cargo de deputado federal, ao lado dos nomes de Pezão e de Aécio Neves (PSDB-MG).

Em live feita posteriormente no Twitter, Freixo disse que "não perpetua fake news. A gente não é igual a eles, não faz isso". "Vocês que são ligados à família Bolsonaro e que dizem tem notícias falsas que ele apoiou o Pezão. O tuíte era falso, mas a notícia que vocês apoiaram o Pezão não é falsa", disse.

Carlos Bolsonaro questionou "quem mandou matar Jair Bolsonaro". "Será que se fazem de idiotas porque foi um ex-membro do PSOL e simpatizante do PT?", disse no Twitter. O parlamentar referiu-se ao atentado sofrido por Bolsonaro em 6 de setembro, quando foi esfaqueado por Adélio Bispo, que foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014. Na época do ataque, o partido condenou a atitude de Adélio e manifestou solidariedade ao então candidato à Presidência.

Ele chama Freixo de "paga pau" e diz que o pai "sempre foi independente". "O partido é que é responsável por suas propagandas. Bolsonaro, diferente de você que paga pau pra corrupto preso e é linha auxiliar do PT, sempre foi independente. Enquanto isso ainda não sabemos quem mandou o apoiador do seu partido assassinar meu pai. Estamos de olho!", concluiu.

Freixo fez uma live no Twitter falando sobre a prisão de Pezão e chamou membros da "família do Bolsonaro" de mentirosos.

"Tem muita gente que hoje está tuitando por aí, como a família Bolsonaro, que sempre enfrentou. Mentira! Votaram no Cabral, votaram no Pezão, apoiaram aqui a gestão do MDB, sempre fizeram parte desses governos", disse.