Topo

Palocci presta depoimento a portas fechadas na CPI do BNDES na Câmara

29.nov.2018 - O ex-ministro Antonio Palocci ao chegar à Justiça Federal em Curitiba - Reprodução/TV Globo
29.nov.2018 - O ex-ministro Antonio Palocci ao chegar à Justiça Federal em Curitiba Imagem: Reprodução/TV Globo

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

29/05/2019 12h58Atualizada em 29/05/2019 14h24

O ex-ministro petista Antonio Palocci prestará depoimento hoje à tarde na Câmara Federal. Por decisão do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), a audiência será sigilosa. Palocci será questionado na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga desvios e fraudes nos empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Apenas deputados e funcionários técnicos de som da Casa poderão participar. Assessores parlamentares e jornalistas serão barrados, segundo decisão judicial. O advogado de Palocci, Tracy Reinaldet, disse que a Câmara não poderá registrar imagens do ex-ministro e ele se limitará a responder questões sobre a investigação do BNDES.

Esse esquema todo acontece em razão do acordo de delação premiada de Palocci, homologado na Justiça. Como há trechos em segredo, o conteúdo do que for dito hoje não será divulgado oficialmente. Isso para não prejudicar as investigações e os processos em curso.

"Acredito que os trabalhos na comissão serão pautados pela investigação. Não acredito que será feito uso político do que ele [Palocci] falar. Vi que o trabalho dos deputados é sério e na linha de identificar irregularidades", disse Reinaldet ao UOL.

Para garantir o sigilo da audiência com Palocci, nas duas entradas do plenário 7 foram colocados tapumes. Por volta das 14h15, funcionários da Câmara reforçavam a vedação. Há dois seguranças em cada entrada limitando o acesso.

A CPI do BNDES é comandada pelo deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) e tem prazo de duração até agosto. Os integrantes pediram ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que os trabalhos sejam prorrogados por mais 120 dias.

Palocci já foi deputado estadual pelo PT e ministro da Fazenda do governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006) e da Casa Civil de Dilma Rousseff (2011).

Palocci ficou preso entre setembro de 2016 e novembro do ano passado, acusado pela Lava Jato. Com o acordo de delação, Palocci passou ao regime de prisão domiciliar em novembro.