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Vereador é baleado durante ato de campanha no Rio de Janeiro

O vereador Zico Bacana (PODE), baleado durante a campanha eleitoral no Rio de Janeiro - Reprodução/ Facebook
O vereador Zico Bacana (PODE), baleado durante a campanha eleitoral no Rio de Janeiro Imagem: Reprodução/ Facebook

Igor Mello

Do UOL, no Rio

02/11/2020 21h08Atualizada em 03/11/2020 08h05

O vereador Jair Barbosa Tavares, o Zico Bacana, foi baleado na noite desta segunda-feira (2) enquanto fazia campanha em Ricardo de Albuquerque, na zona norte do Rio. Ele concorre à reeleição pelo Podemos.

Segundo sua assessoria, Zico Bacana estava no Bar do Xuxa, em Ricardo de Albuquerque, quando foi baleado. Ainda não há informações sobre as circunstâncias do crime.

Zico Bacana foi atingido de raspão na cabeça por um disparo de arma de fogo. A SES (Secretaria Estadual de Saúde) informou que o vereador deu entrada no Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, e está estável.

Nesta segunda, Zico Bacana fez campanha na comunidade Beira da Linha, em Ricardo de Albuquerque, mesmo bairro onde foi atacado. Ele acompanhou um campeonato de futebol amador no local.

Acusado de envolvimento com milícias

Zico Bacana convive há mais de uma década com acusações de que seria um dos líderes de uma milícia que atua na zona norte do Rio.

Então cabo da PM, ele foi citado no relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Milícias, aprovado pela Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) em 2008 , como um dos principais dirigentes de um grupo paramilitar que atuava em comunidades dos bairros de Barros Filho, Anchieta, Ricardo de Albuquerque e Guadalupe.

"Outro [grupo] liderado pelo Sgt Edmilson, Cb. PM Jair Barbosa Tavares ("Zico" ou "Zico Bacana"), Anderson e "Bicudo", contaria com aproximadamente 50 integrantes e dominaria as milícias no bairro de Anchieta, nas Comunidades do Gogó da Ema e Camboatá em Guadalupe e Cavalheiro da Esperança em Ricardo de Albuquerque". afirma um trecho do relatório da comissão, presidida pelo hoje deputado federal Marcelo Freixo (PSOL)

Em 2018, ele foi ouvido pela Polícia Civil no inquérito que investiga a execução da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes. Antes de se eleger vereadora, Marielle assessorou por mais de uma década com Freixo na Comissão de Direitos Humanos da Alerj, e participou dos trabalhos da CPI das Milícias.

Violência na campanha eleitoral

O Rio de Janeiro vive uma onda de violência ligada a disputas políticas e atuação de organizações criminosas neste ano. Desde o período pré-eleitoral, três pré-candidatos a vereador foram assassinados na Baixada Fluminense.

Na semana passada, a cabo eleitoral Renata Castro —que participava da campanha do deputado estadual Renato Cozzolino à prefeitura de Magé— foi assassinada após denunciar adversários políticos à polícia.

Para desarticular os grupos criminosos —prinicipalmente de milicianos— que têm praticado ações violentas ligadas à eleição, a Polícia Civil criou em outubro uma força-tarefa voltada para investigar a interferência dessas quadrilhas nas eleições. Duas ações do grupo levaram à morte de 17 milicianos em dois dias na Baixada Fluminense: uma operação no bairro Km 32, em Nova Iguaçu, terminou com cinco suspeitos mortos, enquanto uma ação em parceria com a Polícia Rodoviária Federal na Rodovia Rio-Santos, em Itaguaí, matou 12 homens acusados de fazerem parte do Bonde do Ecko —maior milícia do Rio.