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CPI: Queiroga diz que que ministério tem 430 milhões de vacinas contratadas

Rayanne Albuquerque, Luciana Amaral e Lucas Valença*

Do UOL em São Paulo e em Brasília

06/05/2021 12h11Atualizada em 06/05/2021 12h39

O ministro Marcelo Queiroga afirmou hoje, durante a sabatina na CPI da Covid, que o país tem 430 milhões de doses da vacina contra o coronavírus contratadas. O gestor também informou que informações imprecisas foram repassadas por um técnico, mas que o processo será apurado.

O ministério da saúde não divulgou doses que ainda estão em negociação. Essa informação técnica foi dada de forma imprecisa e será corrigida. Nós vamos apurar a responsabilidade dessa informação
Marcelo Queiroga, ministro da Saúde

Ao ser questionado pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL) sobre a quantidade exata dos imunizantes contratados, o ministro revelou que serão 430 milhões.

O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, pediu que Queiroga confirmasse até quando essas doses estariam prontas, ao que Queiroga respondeu: "Até o final do ano".

Marcelo Queiroga informou que o governo tem um contrato na iminência de ser assinado para aquisição de 100 milhões de doses de vacinas da Pfizer, sendo que 35 milhões devem chegar em setembro.

"Imunidade coletiva"

Ao analisar os depoimentos que foram prestados na CPI por Mandetta e Teich, o vice-presidente da comissão Randolfe Rodrigues (Rede-AP) declarou que o governo federal pode ter adotado como estratégia a "imunidade de rebanho" e negligenciado medidas de restrição e uso de máscaras. As declarações foram feitas em entrevista hoje à CNN.

"Está claro que esse gabinete paralelo buscava uma estratégia: a chamada imunidade coletiva ou imunidade de rebanho. Isso fica claro, principalmente pelo incentivo do uso indiscriminado do tratamento precoce, do incentivo às aglomerações, campanhas contra o uso de máscaras e negativa das vacinas no ano passado."

Randolfe também citou a institucionalização de um "gabinete paralelo" durante a gestão de Eduardo Pazuello, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Seria este mesmo gabinete o motivo que levou à demissão dos ex-ministros, conforme aponta o senador.

Randolfe citou durante a entrevista que o presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antonio Barra Torres, participou de aglomerações com o presidente Jair Bolsonaro. Barra Torres irá depor na CPI da Covid na tarde de hoje.

"Eu quero lembrar que no começo da pandemia o Barra Torres participou de aglomerações com o presidente Jair Bolsonaro, sem o uso de máscaras. É necessário compreender o que o presidente da Anvisa pensa sobre esse tipo de comportamento", disse à CNN.

*Com a colaboração de Nathan Lopes, do UOL, em São Paulo

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.