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Gerente-geral da Pfizer confirma carta enviada por CEO a Bolsonaro

Rayanne Albuquerque e Hanrrikson de Andrade*

Do UOL em São Paulo e em Brasília

13/05/2021 11h49Atualizada em 13/05/2021 11h52

Carlos Murillo, gerente-geral da farmacêutica Pfizer na América Latina, confirmou à CPI da Covid que uma carta foi enviada pela farmacêutica ao governo federal e em 12 de setembro, assinada pelo CEO global. O documento também foi direcionado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A carta foi enviada o 12 de setembro, assinada por nosso CEO global, e tinha dirigido o presidente Bolsonaro mais outras autoridades do governo
Carlos Murillo, gerente-geral da farmacêutica Pfizer na América Latina

O gerente da Pfizer informou ainda que a carta foi enviada com cópia ao vice-presidente, general Hamilton Mourão, para o ministro da Casa Civil, general Braga Neto, para o ministro Eduardo Pazuello, para o ministro da economia Paulo Guedes e para Nestor Foster.

Murillo disponibilizará os detalhes de quais foram as outras autoridades da gestão federal que a carta foi enviada.

O que eu posso confirmar é que depois de feitas estas ofertas, com data de 12 de setembro, nosso CEO mandou uma comunicação para o governo do Brasil indicando nosso interesse em chegar a um acordo. E que nós tínhamos fornecido para o governo do Brasil as propostas anteriormente mencionadas
Carlos Murillo, gerente-geral da farmacêutica Pfizer na América Latina

Carta da Pfizer ao governo Bolsonaro

A Pfizer enviou uma carta no dia 12 de setembro de 2020 ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e para outras autoridades do governo federal. Durante dois meses, o contato seguiu sem resposta.

O documento foi entregue ontem pelo ex-secretário-executivo de Comunicação Fabio Wajngarten à CPI da Covid. A carta foi assinada pelo presidente mundial da companhia, Albert Bourla.

Em um dos trechos, a carta afirma que a vacina desenvolvida pela Pfizer em parceria com a BioNTech era uma "opção muito promissora" para ajudar o governo Bolsonaro a "mitigar a pandemia".

* Com a colaboração de Ana Carla Bermúdez

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.