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Kajuru chama Malafaia de "pilantra" após reportagem do UOL; pastor rebate

Silas Malafaia (Pozzebom/ Agência Brasil) - Reprodução / Internet
Silas Malafaia (Pozzebom/ Agência Brasil) Imagem: Reprodução / Internet

Do UOL, em São Paulo

17/05/2021 21h03

Após UOL revelar que igreja e a editora dirigidas pelo pastor Silas Malafaia possuem dívida milionária em impostos, o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) publicou mensagem nas redes sociais na qual chama o líder religioso de "pilantra". Malafaia, por sua vez, rebateu chamando o senador de "canalha".

Mais cedo, reportagem publicada pelo UOL mostrou que a Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo e a editora Central Gospel têm R$ 4,6 milhões em impostos inscritos como dívida ativa da União — desse valor, R$ 1,3 milhão está sendo parcelado. As cifras são quase o triplo do registrado em dezembro de 2018, quando somavam R$ 1,59 milhão, segundo dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), obtidos pelo UOL por meio da Lei de Acesso à Informação.

O senador Kajuru compartilhou a matéria em seu perfil nas redes sociais, e escreveu. "A porta desse pilantra certamente não será a do céu".

Malafaia não gostou da mensagem e, em seguida, rebateu o parlamentar o chamando de "canalha".

"Respondendo ao senador 'canalha' Kajuru: não estou sendo processado em instância nenhuma por sonegação fiscal. Qualquer um, seja pessoa física ou jurídica, pode parcelar suas dívidas com a Receita [Federal]. Não há nenhuma ilegalidade nisso. Nos últimos anos a igreja pagou milhões à Receita", ressaltou.

As dívidas totais da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, da qual Malafaia é presidente, somam R$ 2,89 milhões. Elas se referem a imposto de renda e contribuições previdenciárias. Os mesmos tributos são cobrados da editora Central Gospel, que também possui R$ 26 mil em débitos da CSLL (Contribuição Social do Lucro Líquido). Em recuperação judicial desde 2019, a editora possui R$ 1,76 milhão em dívida ativa no total. O pastor é sócio-administrador da empresa; a outra sócia é a mulher dele, Elizete.

A CSLL foi tema de uma mudança na lei que pode criar um perdão bilionário em impostos de dívidas de igrejas, segundo dados da Receita Federal. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a bancada evangélica atuaram para modificar a legislação num movimento contrário às "absurdas multas" contra igrejas.

Malafaia disse ao UOL que pagou R$ 7 milhões em impostos desde 2018. Ele afirmou que parte dos débitos que possui é questionada na Justiça e na Receita, inclusive com base na nova lei que livrou igrejas da CSLL.

Ele disse acreditar que o crescimento dos valores esteja associado a refinanciamentos da outra parte das dívidas e à expansão do número de funcionários por causa da abertura de mais de 40 templos desde 2019.

Bolsonaro não aumentou tributo de igreja nenhuma. Não teve aumento de carga tributária para ninguém", diz pastor Silas Malafaia