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Após pedido contra Moraes, Barroso recomenda música de Chico Buarque

Ministro do STF Luís Roberto Barroso - Nelson Jr/STF
Ministro do STF Luís Roberto Barroso Imagem: Nelson Jr/STF

Do UOL, em São Paulo

20/08/2021 20h39

Após pedido de impeachment, protocolado no Senado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Luís Roberto Barroso postou nas redes sociais uma mensagem de reflexão e recomendou aos seguidores a música "Vai passar", de Chico Buarque.

"Dicas da semana: Um texto: Plano Cohen, CPDOC; Um pensamento: 'O que mais preocupa não é o grito dos violentos, dos corruptos e dos sem ética, mas o silêncio dos bons". M. Luther King; Uma música: Vai passar, Chico Buarque", escreveu ele, na mensagem.

O Plano Cohen —citado por Barroso nas redes sociais— é um documento que foi divulgado pelo governo brasileiro, no ano de 1937. O suposto documento informava que os comunistas iriam causar tumultos entre operários e estudantes, causariam incêndios em casas e prédios públicos, manifestações populares a fim de saquear e depredar patrimônios, eliminariam autoridades civis e militares que se opusessem aos atos e por fim, exigiriam a liberdade de presos políticos.

Em 1945, o general Goés Monteiro admitiu ter forjado o documento e criado o Plano Cohen com o objetivo de justificar o golpe de Getúlio Vargas e sua permanência no poder.

Já em relação à música "Vai passar", do cantor e compositor Chico Buarque, que chegou a ficar 14 meses exilado na Itália durante o período da ditadura militar, trecho da letra diz: "Num tempo | Página infeliz da nossa história | Passagem desbotada na memória | Das nossas novas gerações | Dormia | A nossa pátria mãe tão distraída | Sem perceber que era subtraída | Em tenebrosas transações"

Barroso utiliza as redes sociais para dar dicas culturais, todas as sextas-feiras, aos seus mais de 270 mil seguidores no Twitter, mas, recentemente, tem usado isso também para mandar indiretas ao presidente Jair Bolsonaro.

Bolsonaro ataca Moraes e Barroso

Um dia após a prisão de Roberto Jefferson, seu aliado político, o presidente Jair Bolsonaro reagiu ameaçando levar ao Senado um pedido de abertura de processo contra os dois ministros: Alexandre de Moraes, que determinou a prisão de Jefferson, e de Barroso, ministro do STF e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), alvo de ataques constantes do chefe do Executivo.

No pedido de hoje, no entanto, Bolsonaro não incluiu o nome de Barroso.