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Africano com suspeita de ebola teve contato com 64 pessoas no Brasil

Em Brasília

10/10/2014 13h56

As autoridades de saúde identificaram 64 pessoas que podem ter entrado em contato nos dois últimos dias com o guineano Souleymane Bah, internado nesta sexta-feira (10), no Rio de Janeiro, com suspeita de ter contraído o ebola, embora não tenha voltado a apresentar sintomas.

O paciente de 47 anos foi na quinta-feira (9) a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade de Cascavel, no Paraná, relatando que na quarta-feira (8) tinha tido febre, tosse e dor de garganta, disse o ministro da Saúde, Arthur Chioro, em entrevista coletiva.

As autoridades informaram que identificaram 64 pessoas que entraram em contato com o paciente, 60 delas no centro médico de Cascavel, entre eles três médicos e enfermeiros que lhe atenderam diretamente e os outros quatro são dois casais que moram no mesmo domicílio onde Souleymane se alojava.

Essas pessoas são consideradas "sob risco" já que o paciente agora não apresenta sintomas, embora as autoridades monitorem sua temperatura uma vez ao dia. Já os três funcionários de saúde que trataram do paciente terão a temperatura medida duas vezes ao dia, segundo o ministro.

Os sintomas de Bah se apresentaram no 20º dia depois de sua saída da Guiné, dentro do prazo de incubação da doença, que é de 21 dias.

Desde a tarde da quinta-feira, quando Bah chegou ao ambulatório, não voltou a apresentar sintomas e sua temperatura é normal, embora por proceder da Guiné, um dos países mais afetados pelo ebola, e por se encontrar dentro do período de incubação, foi considerado como um caso "suspeito".

Bah foi internado nesta sexta-feira (10) no Rio de Janeiro no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, onde foram feitos exames de sangue, que serão enviadas para análise a um laboratório da mesma instituição situado em Belém, no Pará.

O Evandro Chagas de Belém é um laboratório público de referência internacional para febres hemorrágicas.

O resultado dos testes será conhecido em um prazo máximo de 24 horas, segundo o ministro, que revelou que também foi feito um teste para malária no paciente, que deu negativo.

Chioro disse que "todos os protocolos foram aplicados", e a resposta das autoridades foi "um sucesso". Ele também afirmou que o isolamento da UPA de Cascavel foi feita de forma "adequada".

O governo notificou a Organização Mundial da Saúde (OMS). O Ministério da Saúde divulgará um novo boletim às 18h, no entanto, o exame de sangue do paciente ainda não estará pronto.