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Alimentos renegados podem ser ruins de gosto, mas são bons para a saúde

Luciana Alvarez

Do UOL, em São Paulo

03/09/2012 07h00

Sempre tem quem goste, mas a maioria das pessoas faz cara feia ao ver um prato de quiabo, ou só de sentir aquele cheiro tão característico da jaca. Outro que nunca vai conseguir ser campeão de popularidade é o jiló, cuja amargura foi até registrada em uma música de Luiz Gonzaga, segundo quem a saudade “amarga que nem jiló”.

Infeliz, ou felizmente para quem os aprecia, muitos desses alimentos renegados são bastante nutritivos e deveriam, sim, aparecer ao menos eventualmente no cardápio de todo mundo.

Se eles fazem bem, por que as pessoas não conseguem achá-los gostosos? Segundo nutricionistas, há uma série de fatores que levam as pessoas a considerar um alimento gostoso ou não, desde características biológicas – todos nascemos com uma predileção natural por doces – até culturais e psicológicas – os franceses adoram escargots, enquanto a maioria dos brasileiros não consegue nem pensar em pôr um caracol na boca.

Toda essa rejeição, no entanto, pode ser contornada, garante a nutricionista Mirela Douradinho Fernandes, da empresa de suplementos naturais Naturalis. “O paladar está muito relacionado com os hábitos alimentares: indivíduos que não têm hábito de ingerir frutas certamente terão uma resistência maior em aceitar esses sabores. Por isso, é importante desde o primeiro ano de vida já começar a ofertar uma dieta balanceada e variada para as crianças”, afirma.

Mas ninguém tem desculpa para continuar detestando comidas que fazem bem, pois mesmo quem já passou do primeiro ano de vida pode reeducar o paladar. “O paladar pode ser “moldado” gradualmente com a educação e orientação nutricional, fazendo com que os alimentos saudáveis menos aceitos sejam preparados de um modo mais gostoso, se tornando mais aceitos, até que se tornem habituais”, garante Mirela.

A nutricionista clínica Roberta Tejada Soriano concorda: “Às vezes é só questão de acertar outra forma de preparo. Sempre aconselho os pacientes a colocar beterraba junto com o feijão, por exemplo. E muita gente não gosta de quiabo por causa da consistência, mas dá para cozinhar sem ficar aquela baba”, diz.

Ruim para muita gente, o quiabo é ingrediente principal do caruru, prato típico baiano, e também bastante apreciado na culinária de Minas Gerais.

Conheça aqui os nutrientes de alguns alimentos comumente rejeitados, tome coragem ou seja curioso para inclui-los, nem que de modo eventual, no seu cardápio.