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Cirurgião plástico nega erro médico em cirurgia que provocou a morte de miss em Goiânia; polícia apura o caso

Lourdes Souza

Do UOL, em Goiânia

05/12/2012 19h23

Após cinco dias em silêncio, desde a morte de Louanna Adrielle Castro Silva, 24, no sábado (1º), o cirurgião plástico responsável pelo procedimento, Rogério Morale de Oliveira, negou que houve erro dos profissionais de saúde. Em nota divulgada nesta quarta-feira (5), ele afirma que em nenhum momento houve negligência ou imperícia de sua parte ou de qualquer outro componente da equipe médica.

Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Oliveira diz que aguarda os laudos do IML (Instituto Médico Legal) para esclarecer as causas da morte. Morale diz, na nota, que todo procedimento foi realizado de acordo com as normas técnicas adequadas e com a assistência de profissionais anestesistas, em centro cirúrgico equipado do Hospital Buriti, no bairro Parque Amazônia, em Goiânia.

Segundo ele, durante a cirurgia Louanna teve duas paradas cardíacas que foram revertidas pela equipe médica. O cirurgião garante que, após a estabilização do quadro clínico, ela foi transferida para UTI do Hospital Monte Sinai, no bairro Ipiranga, onde chegou estável e em bom estado geral. “Mas, por causa ainda não esclarecida, veio a falecer neste mesmo hospital, após algumas horas."

O médico alega ainda, na nota, que as fatalidades ainda podem ocorrer no exercício da medicina. “O risco é e sempre será inerente a todo ato cirúrgico e nem todo mal resultado quer significar que houve erro médico."

Investigação

As causas da morte de Louanna Adrielle, eleita miss Jataí Turismo neste ano, são apuradas no 13º Distrito Policial de Goiânia. O inquérito policial está sob a responsabilidade da delegada Mirian Aparecida Borges de Oliveira, que começou a ouvir nesta quarta-feira (5) os envolvidos no caso.

O marido da vítima Giuliano Cabral Chaves, 35, diz que Rogério Morale prometeu uma estrutura e não cumpriu. Segundo ele, o médico afirmou que o hospital, em Goiânia, teria UTI para atender a jovem, mas não foi o que ocorreu.

As investigações dependem dos laudos do IML, principalmente, o que apontará se houve ou não consumo de drogas. Uma possibilidade que foi anunciada por um médico, ainda não identificado, do Hospital Monte Sinai, no relatório encaminhado ao IML, no sábado, 1º.

A família de Louanna contesta a tese. O marido da vítima Giuliano Cabral Chaves, 35, diz que a informação não é verdadeira.

“Fiz a ocorrência e pedi que fossem feitos laudos oficiais pelo IML porque Louanna não tinha vícios. Não realizaram nenhum tipo de exame toxicológico, citam uma amiga no relatório, mas não colocaram o nome dela, o médico nem assinou, mas já sabemos de quem é a letra. Ela não usava drogas e nem bebia álcool. Isso foi uma calúnia que deixou a nossa família mais transtornada ainda.”