Após dar refúgio a médica cubana, líderes do DEM se reúnem com Cardozo
A liderança do Democratas na Câmara dos Deputados cobra do governo explicações sobre a situação dos médicos cubanos que participam do Programa Mais Médicos. O líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), e o vice-líder, Ronaldo Caiado (GO), se encontram hoje, às 12h30, com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Desde ontem, a médica cubana Ramona Matos Rodriguez, de 51 anos, está abrigada na liderança do DEM na Câmara, após fugir de Pacajá (PA), onde atuava no Mais Médicos. Ela chegou ao País no fim do ano passado.
Ramona Rodriguez disse, em coletiva à imprensa há pouco, que sentia-se vigiada e que não tinha liberdade para viajar a outras cidades sem ter de comunicar a médicos cubanos que também participam do programa.
Ela contou sentir-se ainda enganada porque, enquanto médicos brasileiros e de outras nacionalidades recebem R$ 10 mil pelo Mais Médicos, ela recebe apenas 400 dólares, cerca de R$ 900. Pelo contrato assinado em Cuba, Ramona Rodriguez também recebia 600 dólares depositados todo mês numa conta-poupança de seu país de origem.
A médica afirmou não ter queixas do tratamento recebido pelo Brasil, mas disse que o salário recebido aqui, de 400 dólares, era pouco para custear as despesas no País.
Ramona Rodriguez assinou, em Cuba, um contrato com a empresa Sociedade Mercantil Cubana - Comercializadora de Serviços Médicos Cubanos S.A. O líder e o vice-líder do DEM querem do ministro da Justiça informações sobre essa empresa, já que o governo brasileiro informa que o contrato para trazer médicos cubanos foi intermediado pela Organização Pan-americana de Saúde (Opas).
Asilo
Os deputados informaram ainda que a assessoria jurídica do DEM estuda a melhor maneira de auxiliar Ramona a pedir asilo politico no Brasil e evitar que ela seja deportada, a exemplo de dois boxeadores cubanos expulsos do País em 2007.
Mendonça Filho e Caiado cobram também explicações sobre a suposta atuação da Polícia Federal (PF) na vigilância a Ramona Rodriguez, já que ela está legalmente no Brasil. Segundo os deputados, a médica permanecerá na liderança do partido na Câmara pelo tempo necessário. A Polícia Federal não pode entrar na Câmara sem a autorização do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves.
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