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Covid-19: transmissão sustentada avança e ministério confirma 621 casos

Coronavírus - Getty Images
Coronavírus Imagem: Getty Images

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

19/03/2020 17h17Atualizada em 19/03/2020 21h09

O Ministério da Saúde informou hoje que o Brasil conta com 621 casos confirmados de covid-19 e que foi registrada a transmissão sustentada também nas cidades de Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS), além de regiões nos estados de Pernambuco e no sul de Santa Catarina.

Até então, apenas as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro tinham registrado a transmissão sustentada do vírus. O número de mortos por conta do coronavírus chega a seis, segundo o ministério. Porém, a Secretaria de Saúde de São Paulo indicou hoje à tarde mais uma morte no estado, elevando para sete vítimas no Brasil.

Também chamada de transmissão comunitária, o termo indica que não é mais possível identificar a fonte de infecção dos pacientes contaminados, o que indica que o vírus circula entre a população.

Segundo o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, esse tipo de transmissão do vírus foi encontrado em uma cidade de Pernambuco, mas o governo do estado pretende que toda a unidade da federação seja considerada como em transmissão sustentada do vírus, como forma de tornar mais fácil a prevenção.

O mesmo pedido, segundo Oliveira, foi feito pelo estado de São Paulo, que deverá passar a ser considerado como área de transmissão sustentada do vírus. Em Santa Catarina, a região onde foi identificada a transmissão sustentada do vírus fica próxima à cidade de Tubarão.

Como forma de evitar a propagação do vírus por pessoas sem sintomas, o Ministério da Saúde está orientando que os parentes que vivem com pacientes que apresentam sintomas gripais também devem receber atestado médico de 14 dias para que permaneçam em isolamento doméstico. A regra vale apenas para as áreas com transmissão comunitária.

Essa orientação vale para pacientes com sintomas leves, que não precisam de internação ou atendimento hospitalar e portanto podem aguardar em casa sua recuperação.

"Há um grande número de transmissão por pessoas assintomáticas", diz o secretário de Atenção Primária à Saúde, do Ministério da Saúde, Erno Harzheim.

Os dados oficiais do Ministério contabilizam 8 casos no Norte; 90 no Nordeste; 391 no Sudeste; 61 no Centro-Oeste; e 71 no Sul.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçou a recomendação de que qualquer pessoa com sintomas de gripe, ainda que leves, se mantenha em isolamento por 14 dias desde o início dos sintomas, sem que haja a necessidade de fazer o teste para confirmar se há ou não a infecção pelo coronavírus.

"Não precisa do teste pra confirmar, não. Sintoma de gripe: catarro no nariz, febre, dor no corpo, dor na garganta, todo mundo sabe o que é uma gripe. Se estou com gripe, isolamento", disse Mandetta.

Segundo o ministro, a maior parte dos casos, cerca de 86% das infecções por coronavírus, são de fácil recuperação e apresentam apenas sintomas leves.

As recomendações do Ministério da Saúde para quem tem sintomas de gripe são:

  • Todas as pessoas com sintomas respiratórios devem ficar 14 dias em isolamento domiciliar.

  • As demais pessoas que habitam a mesma casa também deverão realizar isolamento domiciliar por 14 dias, mesmo que não apresentem sintomas.

  • Os serviços de saúde deverão fornecer atestado de 14 dias para todas as pessoas do domicílio, mesmo aquelas que não estiverem presentes na consulta da pessoa com sintomas.

Idosos

O Ministério da Saúde também emitou outras recomendações para os idosos, que são considerados um grupo de risco para o coronavírus, e devem evitar aglomerações sociais:

  • Todas as pessoas com mais de 70 anos deverão evitar comparecimento ao trabalho ou demais ambientes fechados.
  • A recomendação é sair de casa apenas para atividades essenciais (mercado, farmácia, serviços de saúde), que não possam ser realizadas por outra pessoa do domicílio/cuidador.
  • Comunidades, vizinhos, grupos de amigos são incentivados a organizarem-se para que as pessoas com mais 60 anos recebam seus bens de primeira necessidade sem precisar sair de casa.