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Governo do Amazonas estuda acolher pacientes com covid-19 de outros estados

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), fez declaração dois dias após o governo informar que ainda não tem leitos suficientes  - Sandro Pereira/Fotoarena/Estadão Conteúdo
O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), fez declaração dois dias após o governo informar que ainda não tem leitos suficientes Imagem: Sandro Pereira/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

11/03/2021 10h21Atualizada em 11/03/2021 11h41

O governo do Amazonas estuda acolher pacientes com a covid-19 de outros estados da região Norte, como Rondônia, Acre e Roraima, informou hoje seu mandatário estadual, o governador Wilson Lima (PSC). Esse acolhimento analisado se aplicaria a pacientes com sintomas leves e moderados.

"A gente já começa a fazer um estudo e a já fazer essa construção de transferência de pacientes de outros estados daqui da região, como Rondônia, Acre, Roraima, que estão numa situação mais difícil, aqui para o estado do Amazonas", disse, em reunião remota promovida pelo Senado.

No entanto, a fala do governador acontece somente dois dias depois de o governo informar que ainda não tem leitos suficientes para receber pacientes de outras unidades federativas.

Em nota publicada no portal da secretaria estadual de saúde do Amazonas na terça (9), o governo afirmou que a recepção de dois pacientes de Rondônia no final de semana foi uma "ação emergencial e ainda não pode ser relacionada à operação que o Estado estuda realizar para auxiliar Rondônia e possivelmente outros estados".

De acordo com o texto, a prioridade das vagas na rede estadual segue para os pacientes do interior do Amazonas. "Segundo a SES-AM, mesmo com queda nas internações e redução nas chamadas por leitos de UTI, ainda não é possível para o Estado receber de forma sistemática pacientes de fora do Amazonas."

Para senadores e alguns outros governadores, Wilson Lima disse que, atualmente, "a gente consegue garantir atendimento a todas as pessoas que estão procurando nosso sistema".

"Hoje aqui na capital, em média, se espera 6 horas para uma transferência de um leito de UTI. No interior, em média, 24 horas. Nossa dificuldade com o interior é que os pacientes agravados só são transferidos para a capital de UTI aérea", relatou o governador.

Segundo Lima, a ocupação de leitos clínicos está em 54% e de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), em 85%. Ele não especificou se esses leitos se referem aos reservados somente para pacientes com a covid-19.

O governador defendeu que a taxa de transmissão do coronavírus no Amazonas "caiu muito" após a intensificação da vacinação e a aplicação de medidas restritivas para a circulação de pessoas.

Disse ainda que foi no segundo pico da doença entre janeiro e início de março em que houve mais da metade dos casos de óbito do estado. "Temos algo em torno de 11 mil óbitos resultado da covid-19", sendo a maioria de pessoas acima de 60 anos, contou.

Ao longo da fala, Lima falou sobre o aumento da demanda por mais oxigênio, insumos básicos para intubação e profissionais de saúde.

Também participaram da reunião os governadores Wellington Dias (Piauí), Rui Costa (Bahia), Carlos Moisés (Santa Catarina) e Camilo Santana (Ceará). Costa reforçou que a adoção de medidas restritivas já surgiu efeito na queda de novos casos de covid-19 no estado.