Topo

Laboratório de SP entrega 'kit intubação' ao Ministério da Saúde

Na semana passada, conselhos estaduais e nacionais de saúde começaram a relatar a falta dos materiais do "kit intubação" - Tempura/iStock
Na semana passada, conselhos estaduais e nacionais de saúde começaram a relatar a falta dos materiais do "kit intubação" Imagem: Tempura/iStock

Letícia Simionato

Colaboração para o UOL, de Jundiaí (SP)

23/03/2021 11h20

O laboratório Cristália, localizado em Itapira (SP), começa hoje a entregar medicamentos utilizados para intubar pacientes com covid-19 ao Ministério da Saúde. O estoque do chamado "kit intubação" é suficiente para abastecer o SUS (Sistema Único de Saúde) por pelo menos uma semana. O próprio laboratório enviará os produtos, mas contará com o apoio do ministério para chegar até regiões longínquas.

O acordo só foi possível porque a Anvisa antecipou para sete dias o prazo de liberação dos produtos que, normalmente, é de 15 dias. A requisição administrativa foi feita pelo ministério no dia 18 de março.

De acordo com o médico Ogari de Castro Pacheco, cofundador da Cristália, o laboratório entregará aos hospitais públicos todos os medicamentos solicitados, sem prejuízo dos compromissos já contratados com hospitais particulares. "Conseguimos definir que vamos disponibilizar os medicamentos de forma a atender emergencialmente uma semana de demanda dos hospitais do país. Enquanto isso, trabalharemos para aumentar a produção", explica Dr. Pacheco.

O laboratório chegou a receber ações judiciais de hospitais privados para o pronto fornecimento dos medicamentos, com prioridade em relação a outros hospitais. No entanto, o ministério da saúde comprometeu-se a contar com a assistência da AGU (Advocacia Geral da União) para evitar esse tipo de ação. O objetivo é garantir a distribuição equitativa de medicamentos para hospitais públicos e privados.

'Kit intubação' está em falta

Na semana passada, conselhos estaduais e nacionais de saúde começaram a relatar a falta dos materiais do "kit intubação", composto por seis fármacos, entre sedativos, anestésicos e bloqueadores musculares.

Relatório aponta que o ministério da saúde cancelou em agosto do ano passado parte de uma compra de medicamentos que compõem o kit. Dos 23 itens solicitados, 13 foram retirados sob a justificativa de "preços acima das estimativas de mercado".

Sob risco de desabastecimento do sistema público e privado, o governo Bolsonaro requisitou, nesta semana, os estoques da indústria de medicamentos.