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Vítimas não identificadas da Germanwings são enterradas em cerimônia discreta

24.jul.2015 - Familiares de vítimas da queda do voo da Germanwings nos Alpes participam de cerimônia em Le Vernet (França) - Boris Horvat/AFP
24.jul.2015 - Familiares de vítimas da queda do voo da Germanwings nos Alpes participam de cerimônia em Le Vernet (França) Imagem: Boris Horvat/AFP

Em Le Vernet (França)

24/07/2015 11h33

Os restos não identificados das vítimas do acidente com o Airbus da Germanwings em março passado nos Alpes franceses foram enterrados na quinta-feira e uma cerimônia em memória das 150 vítimas ocorreu nesta sexta-feira em uma localidade vizinha.

A cerimônia interconfessional liderada pelo bispo de Digne (sul) foi realizada em Le Vernet na presença de centenas de parentes, sob uma tenda instalada especialmente para a ocasião.

"O enterro ocorreu durante a noite no cemitério de Le Vernet, em total discrição" em um túmulo coletivo comum, declarou à AFP Bernard Batolini, prefeito de Prads-Haute-Bléone.

Após a cerimônia desta sexta-feira estava previsto que os parentes visitassem o cemitério.

"Para os familiares das vítimas é um segundo enterro, porque já enterraram as partes de seus parentes identificadas com DNA", explicou o prefeito.

Não existia outra solução a não ser fazê-lo de maneira coletiva, embora possa ser um momento difícil para os familiares, acrescentou.

Cento e cinquenta pessoas, entre elas 72 alemães e 50 espanhóis, morreram no dia 24 de março no acidente com o Airbus da Germanwings, a filial de baixo custo da Lufthansa. O avião realizava um voo entre Barcelona e Dusseldorf.

Segundo os investigadores, a aeronave foi lançada deliberadamente contra os Alpes pelo copiloto alemão Andreas Lubitz, um funcionário que a companhia aérea não afastou do cargo, apesar de ter tido conhecimento de alguns sinais de graves problemas psicológicos.

A cerimônia ocorre num momento de tensão entre a Lufthansa e os familiares, pela questão das indenizações.

Os parentes rejeitaram a oferta de 25.000 euros por vítima apresentada pela companhia, contra os 100.000 exigidos, indicou no dia 18 de julho seu advogado, em uma carta publicada na Alemanha.

Como consequência, o presidente da Lufthansa não acompanhou a cerimônia desta sexta-feira em Le Vernet.

"Não quero perturbar a dignidade da cerimônia com esta questão", indicou um porta-voz da Lufthansa.

Já o diretor-geral da Germanwings, Thomas Winkelmann, e a diretora financeira da Lufthansa, Simone Menne, acompanharam a cerimônia das vítimas da companhia aérea de baixo custo.