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Países do Golfo adiam por 48h ultimato ao Qatar; país rejeita exigências

Ministro das Relações Exteriores do Qatar em coletiva de imprensa em Roma, no sábado - Alessandro Bianchi/Reuters
Ministro das Relações Exteriores do Qatar em coletiva de imprensa em Roma, no sábado Imagem: Alessandro Bianchi/Reuters

De Doha, capital do Qatar

02/07/2017 22h43

O Qatar, isolado por seu suposto apoio ao "terrorismo" e sua aproximação do Irã, grande rival na região da Arábia Saudita, rejeitou de forma implícita uma lista de exigências de seus adversários árabes, ao considerar que vão contra sua soberania nacional.

Essa lista, que pede entre outras coisas o fechamento do canal de televisão Al Jazeera, a redução das relações com Teerã e o fechamento de uma base militar turca, foi enviada em 22 de junho a Doha, que tinha um prazo de 10 dias, até este domingo (2) à noite, para dar uma resposta.

A Arábia Saudita e seus aliados anunciaram na madrugada já desta segunda-feira (3) que, a pedido da mediação kuwaitiana na crise do Golfo, decidiram prorrogar por 48 horas o ultimato estabelecido para que o Qatar responda à lista de 13 solicitações.

Segundo um comunicado comum publicado pela agência oficial saudita Spa, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito aceitaram estender o ultimato depois que o Qatar anunciou que entregaria sua resposta nesta segunda ao emir do Kuwait.

No sábado (1º), em Roma, no entanto, o ministro de Exteriores do Qatar, Mohamed ben Abderrahman al-Thani, chegou a dizer que "a lista de pedidos foi feita para ser rejeitada".

Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Egito romperam em 5 de junho suas relações diplomáticas com o Qatar, acusando o país de apoiar "o terrorismo" e de se aproximar do Irã, rival de Riade.

Doha nega essas acusações e afirma que ninguém tem direito a ditar sua política exterior.

"Todo mundo é consciente de que esses pedidos aspiram a usurpar a soberania do Estado do Qatar", afirmou al-Thani na capital italiana.