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Depois do Chile, esquerda uruguaia se une e diz que Lula sofre 'perseguição judicial'

Foto: AFP
Imagem: Foto: AFP

Montevidéu

14/07/2018 18h15

A coalizão Frente Ampla (FA, esquerda), que governa o Uruguai, se uniu diante do que considera uma "perseguição judicial" no Brasil contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e disse estar atenta aos próximos acontecimentos no país vizinho.

Uma resolução da Mesa Política Nacional do FA publicada na sexta-feira (13) no portal da coalizão indicou que "estamos diante de uma perseguição judicial ao ex-presidente Lula não só para evitar que seja candidato (nas eleições de outubro), mas também para impedir que faça campanha eleitoral".

Para a esquerda local existe "uma nova ofensiva judicial e da Polícia Federal contra o ex-presidente", após a decisão de um desembargador de libertar Lula ter sido revertida.

Líder nas pesquisas para as eleições presidenciais de outubro com 30% das intenções de voto, Lula cumpre há mais de três meses uma pena de 12 anos e um mês de prisão, por acusações de corrupção e lavagem de dinheiro, na sede da Polícia Federal de Curitiba.

O ex-presidente defende sua inocência e seus advogados tentaram, sem sucesso, que ele seja beneficiado com um Habeas Corpus que lhe permita se defender em liberdade até que se esgotem todos os recursos.

Lula anunciou sua candidatura, que deve ser invalidada pelo tribunal eleitoral devido à lei da Ficha Limpa.

Na quinta-feira (12), Lula foi absolvido em um de seus seis processos judiciais pendentes.

Segundo a coalizão governista uruguaia, a situação processual de Lula "expressa a conivência entre atores judiciais e a Polícia Federal" que afeta "o Estado de Direito do país vizinho".

A postura da FA se soma à da esquerda do Chile, que apoiou a candidatura de Lula em uma carta divulgada na terça-feira (10), com a assinatura da ex-presidente socialista Michelle Bachelet e de outras figuras.