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Mulher de Abdelmassih deixou Paraguai no dia da prisão

Em Assunção

21/08/2014 16h05

A mulher do ex-médico Roger Abdelmassih, a ex-procuradora da República Larissa Maria Sacco, 37, deixou o Paraguai, rumo ao Brasil, na mesma noite da prisão do ex-médico, na terça-feira (19). A bordo do utilitário Kia Carnival da família, Larissa entrou no país via Ciudad del Este, na fronteira com o Paraguai.

Mapa do Paraguai com a capital Assunção - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

O ex-médico foi preso em operação conjunta entre as polícias brasileira e paraguaia, quando buscava os filhos gêmeos na escola, em Assunção, capital do Paraguai. O fugitivo vivia numa casa em Villa Morra, bairro de classe média alta da capital paraguaia.

Ele foi condenado a 278 anos de prisão por 56 casos de estupros de pacientes em sua clínica de fertilização, em São Paulo, entre os anos de 1995 e 2008.

Abdelmassih liderava a lista de procurados da Secretaria da Segurança de Pública de São Paulo. Quem o encontrasse poderia levar R$ 10 mil, o maior valor oferecido pela pasta. Como ele foi preso numa ação conjunta entre a Polícia Federal, a Polícia Civil e a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai, ninguém vai ganhar esse dinheiro.

De volta ao Brasil 

Foragido da Justiça brasileira desde 2011, o ex-médico chegou em Foz do Iguaçu, no Paraná, na própria terça-feira, por volta das 18h40. Por volta das 12h20 da quarta-feira (20), ele deixou algemado a sede da PF na cidade paranaense e seguiu em direção à São Paulo. Aos jornalistas, Abdelmassih disse: "A Justiça é que vai provar alguma coisa". 

Ao desembarcar no aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista, ele foi submetido a um exame de corpo de delito. Na sequência, o ex-médico foi levado ao presídio Tremembé 2 (133 km de São Paulo), mesmo local aonde já cumprem pena outros criminosos de casos de grande repercussão. Entre eles os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos --que foram condenados com Suzane von Richtoffen pela morte dos pais dela--, Alexandre Nardoni --pai da menina Isabela, lançada da janela de um prédio--, Guilherme Raymo Longo --padrasto do menino Joaquim, encontrado morto em um rio no interior paulista--, e Eduardo Martins, que confessou ter matado, neste ano, o zelador do prédio onde morava em São Paulo.

Outros detidos em Tremembé 2, segundo a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), são o jornalista Pimenta Neves --que matou a ex-namorada em 2000-- e Limdemberg Alves Fernandes --que sequestrou a namorada, Eloá, em 2008.

O ex-médico volta para o Complexo Penitenciário de Tremembé após cinco anos. Em 2009, entre os meses de agosto e dezembro, ele ficou detido no local, mas ganhou o direito de aguardar sua sentença em liberdade após a Justiça aceitar um pedido de habeas corpus.