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Fernando Baiano vai para prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica

O delator Fernando Baiano, que vai passar um ano em prisão domiciliar - Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo
O delator Fernando Baiano, que vai passar um ano em prisão domiciliar Imagem: Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo

De São Paulo

17/11/2015 19h36

O delator Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, vai passar um ano em regime de prisão domiciliar sob monitoramento de tornozeleira eletrônica. Ele deixará a prisão em regime fechado da Operação Lava Jato nesta quarta-feira (18). Baiano é um dos delatores do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Apontado como operador de propinas do PMDB no esquema de corrupção que se instalou na Petrobras entre 2004 e 2014, Baiano fez delação premiada, homologada pelo Supremo Tribunal Federal em setembro. Por suas revelações, Baiano vai para casa.

Em seus depoimentos, Fernando Baiano revelou encontros na casa de Eduardo Cunha para cobrar propina atrasada. Ele citou Cunha como beneficiário de valores ilícitos do esquema de propinas da Petrobras.

O lobista e operador de propinas foi preso em dezembro de 2014. O juiz federal Sérgio Moro, que mandou prendê-lo, o condenou a 16 anos, um mês e dez dias de reclusão, por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a sentença, o operador teria intermediado propina de US$ 15 milhões sobre contratos de navios-sonda. Os valores teriam sido repassados à diretoria da Área Internacional da Petrobras, ocupada na época por Nestor Cerveró - também preso e condenado na Lava Jato.

Em sua delação, Fernando Baiano afirmou à Polícia Federal que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) recebeu 'repasses' por meio do também lobista Jorge Luz.

Durante acareação com o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, o operador do PMDB afirmou que os valores destinados a Renan tiveram origem em contratos da Diretoria Internacional da Petrobras.

Na acareação, Fernando Baiano citou Jader Barbalho (PMDB/PA), o senador do PT, Delcídio Amaral (MS), líder do governo Dilma Rousseff no Senado, e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau. "Na questão das sondas Nestor Cerveró lhe disse que teria havido uma reunião com o ministro Silas Rondeau, Renan Calheiros, Jader Barbalho e Delcídio Amaral e que o ministro necessitava que um auxilio fosse dado ao PMDB e que a partir daquela data o PMDB passaria a apoiar Nestor Cerveró junto a Diretoria Internacional."

Renan, Delcídio, Jader e Rondeau negam o recebimento de valores ilícitos.