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Facção brasileira PCC entra na lista de sanções dos Estados Unidos

Menina brinca em quadra com picho do PCC em Pedro Juan Caballero, no Paraguai - 29.jan.2020 - Marina Garcia/UOL
Menina brinca em quadra com picho do PCC em Pedro Juan Caballero, no Paraguai Imagem: 29.jan.2020 - Marina Garcia/UOL

Beatriz Bulla, Felipe Frazão, Marco Antônio Carvalho e Marcelo Godoy

Do Estadão Conteúdo

16/12/2021 08h00Atualizada em 16/12/2021 08h25

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou na quarta-feira, 15, uma ordem executiva que dá ao Tesouro americano novas ferramentas para sancionar estrangeiros envolvidos no tráfico internacional de drogas. No anúncio sobre a medida, o governo dos EUA listou 25 atores, entre indivíduos e organizações, que estão na mira de Washington e terão sanções aplicadas — entre eles, a facção brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC). O governo brasileiro foi notificado da decisão pela Casa Branca.

Na divulgação, os EUA classificaram o PCC como o mais poderoso grupo do crime organizado do Brasil e um dos mais poderosos do mundo. "O PCC surgiu em São Paulo na década de 1990 e abriu um caminho sangrento para o domínio por meio do tráfico de drogas, bem como de lavagem de dinheiro, extorsão, assassinato de aluguel e cobrança de dívidas de drogas. O PCC opera em toda a América do Sul, Paraguai e Bolívia, e suas operações alcançam Estados Unidos, Europa, África e Ásia", descreveu o Tesouro americano.

A ordem executiva assinada por Biden permite que o Tesouro mire suas ações em qualquer estrangeiro envolvido em narcotráfico. As medidas previstas envolvem, por exemplo, o bloqueio de propriedade de suspeitos e a proibição de transferências, empréstimos e financiamentos bancários. A nova regra também possibilita ao órgão sancionar estrangeiros que recebam propriedades derivadas da receita do tráfico. Na prática, o PCC e seus membros e empresas relacionadas poderão ter bens e recursos financeiros bloqueados nos EUA.

A decisão, unilateral dos EUA, serve de alerta ao sistema financeiro global. Bancos e empresas que fizerem negócios no futuro com o PCC podem levar multa e ter operação desautorizada nos EUA, perdendo acesso ao mercado norte-americano. Além do Brasil, há sanções a grupos de China, Colômbia e México.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.