Segundo ONG, fuga planejada teria causado incêndio em prisão de Honduras
O Comitê de Familiares de Presos Desaparecidos de Honduras (Cofadeh) denunciou hoje que uma fuga planejada teria causado a tragédia do incêndio na penitenciária de Comayagua, que deixou mais de 350 mortos.
O Cofadeh disse, por meio de comunicado, que um sobrevivente do incêndio relatou que a fuga estava combinada com a polícia e que o diretor do centro de detenção sabia sobre o pagamento realizado aos agentes de segurança.
O homem contou que havia "uma fuga planejada de 85 presos que pagaram cada um cerca de 85 mil lempiras (cerca de R$7,6 mil)" e que "a polícia jogou gasolina nas celas pela parte de trás e fez disparos".
Segundo ele, o plano era que às 22h locais (18h no horário de Brasília) da terça-feira seriam abertos os cadeados para que os 85 internos fugissem disfarçados com os uniformes da polícia, que teriam feito os disparos como parte do show, mas eles foram as primeiras vítimas".
O sobrevivente ainda assinalou que os bombeiros chegaram tarde para controlar o incêndio e que o diretor do presídio não estava no local. "Os agentes não abriram as celas para salvar as vidas em meio ao estado de necessidade e, ainda, dispararam suas armas contra os corpos dos presos que se salvavam das chamas por seus próprios meios".
O Cofadeh também recomendou que as autoridades hondurenhas revisem as contas bancárias do diretor do centro de detenção porque o preso que se salvou o envolveu em suas declarações. "Depositamos o dinheiro para a fuga, o diretor sabia disso", acusou.
As autoridades hondurenhas ainda não divulgaram nenhum informe sobre as causas do incêndio, nem cifras sobre o número de mortos e feridos. Até o momento, dados extraoficiais apontam para 358 mortos e 20 feridos.
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