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Rascunho de acordo ainda divide países na COP21

08/12/2015 17h14

LE BOURGET, 08 DEZ (ANSA) - Ministros dos quase 200 países que participam da 21ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP21) têm até a próxima sexta-feira, 11 de dezembro, para concluir um acordo crucial para a luta contra o aquecimento global.   

Desde a última segunda, dia 7, reuniões a nível ministerial discutem o rascunho de 48 páginas apresentado pelos negociadores das nações presentes na COP21. No entanto, o impasse sobre as medidas que serão adotadas ainda persiste.   

De acordo com fontes próximas às tratativas, as "opções", ou seja, as partes do texto propostas em forma de alternativas, são mais de 100, enquanto as expressões em parêntesis - aquelas em torno das quais não houve unanimidade - se aproximam de mil.   

Entre os pontos sobre os quais não há consenso se inclui o limite à elevação das temperaturas globais até o fim do século (em 2ºC ou 1,5ºC), o financiamento para as intervenções contra as mudanças climáticas e as metas de longo prazo para zerar as emissões de gases causadores do efeito estufa.   

"O rascunho é ainda muito complexo, com muitas opções em aberto", declarou no último fim de semana a ministra do Meio Ambiente de Luxemburgo, Carole Dieschbourg, representando a União Europeia.   

A questão do limite à elevação das temperaturas é um dos principais entraves. Nesta terça-feira (8), os presidentes de Brasil, Dilma Rousseff, e Estados Unidos, Barack Obama, concordaram que o acordo deve prever um aumento máximo de 2ºC.   

Contudo, Estados insulares do Pacífico e do Caribe, alguns dos mais afetados pelo aquecimento global, defendem uma barreira de 1,5ºC.   

"1,5ºC deve ser o objetivo, qualquer ponto menos ambicioso, como 2ºC, seria catastrófico porque levaria à destruição dos nossos países", declarou Enele Sopoaga, primeiro-ministro de Tuvalu, pequeno arquipélago situado na região da Polinésia. Já o premier das Ilhas Cook (também na Oceania), Henry Puna, disse que a COP21 trata de uma questão de "vida ou morte". "Não seremos tímidos e não nos deixaremos assustar", acrescentou.   

Países como Alemanha, França e Itália já teriam concordado com a proposta, mas sua ambição ainda causa resistência em muitas outras nações. (ANSA)
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