Tortura e assassinato de jovem reacendem discussão sobre homofobia na Rússia
Um homem de 23 anos foi brutalmente torturado e assassinado na cidade de Volgogrado, no sul da Rússia, vítima de um ataque de homofobia, relataram investigadores à imprensa local.
De acordo com a rádio Ekho Moskvy, o homem foi espancado, estuprado com uma garrafa de cerveja e teve o crânio esmagado.
O corpo da vítima foi encontrado sem roupas no pátio de um prédio na manhã de sexta-feira.
Três suspeitos foram detidos e a polícia descobriu que eles estavam envolvidos em ataques anteriores contra homossexuais.
Andrey Gapchenko, um dos policiais que está investigando o caso, disse à rádio Ekho Moskvy que os suspeitos confessaram o crime.
"Tudo aconteceu por causa das preferências sexuais não tradicionais dele. Ele contou aos amigos sobre isso quando eles estavam bebendo juntos. Eles não aceitaram, ficaram agressivos e começaram a espancá-lo", afirmou o investigador.
Admissão rara
A admissão por parte do investigador de que o jovem foi vítima do crime por ser gay é algo raro na Rússia, onde a questão da homofobia é algo delicado.
Para o ativista gay Nikolay Alekseyev, um dos líderes da comunidade LGBT da Rússia, o assassinato em Volgogrado é resultado de uma "política homofóbica", da atitude do governo em relação aos homosexuais no país.
"Aquele caso monstruoso que aconteceu em Volgogrado mostra o fruto da política homofóbica que está sendo seguida no país, parte da qual é a iniciativa de proibir a propaganda sobre homossexualidade", disse Alekseyv à agência de notícias Interfax.
O ativista se referiu a um projeto de lei aprovado pela Duma, a Câmara Baixa do Parlamento russo em fevereiro que proíbe a exibição da chamada "propaganda homossexual" diante de menores de idade.
O projeto tornaria nacionais as restrições que já foram adotadas em diferentes partes da Rússia e estabeleceria multas de até 500 mil rublos (cerca de R$ 33 mil) para aqueles que realizarem uma suposta promoção da homossexualidade.
Debate e polêmica
O projeto ainda não foi aprovado e transformado em lei, mas já causa polêmica no país.
"Todos os anos vão ocorrer mais destes crimes se esta política não for mudada. Queremos que o motivo de ódio por minorias sexuais seja reconhecido como uma circunstância agravante quando um crime é cometido. Então, haverão menos casos trágicos como este", afirmou.
Um blogueiro de oposição popular na Rússia, Rustem Adagamov, também falou sobre o caso, divulgando um link para as notícias sobre a morte em Volgogrado em sua conta no Twitter.
"Homofobia, que está sendo implantada de forma zelosa pelo Estado, mostra seu fruto horrendo", postou Adagamov.
Mas, para o parlamentar Nikolay Kolomeytsev, vice-presidente do Comitê de Trabalho, Política Social e Veteranos da Duma, o crime de Volgogrado não é um caso de homofobia.
"Tudo está relacionado ao declínio geral da cultura, moral e um aumento da crueldade na sociedade que, por acaso, é cultivada pelos filmes hoje em dia, muitos deles mostrados em todos os canais de TV", afirmou o parlamentar à rádio Ekho Moskvy.
De acordo com a rádio Ekho Moskvy, o homem foi espancado, estuprado com uma garrafa de cerveja e teve o crânio esmagado.
O corpo da vítima foi encontrado sem roupas no pátio de um prédio na manhã de sexta-feira.
Três suspeitos foram detidos e a polícia descobriu que eles estavam envolvidos em ataques anteriores contra homossexuais.
Andrey Gapchenko, um dos policiais que está investigando o caso, disse à rádio Ekho Moskvy que os suspeitos confessaram o crime.
"Tudo aconteceu por causa das preferências sexuais não tradicionais dele. Ele contou aos amigos sobre isso quando eles estavam bebendo juntos. Eles não aceitaram, ficaram agressivos e começaram a espancá-lo", afirmou o investigador.
Admissão rara
A admissão por parte do investigador de que o jovem foi vítima do crime por ser gay é algo raro na Rússia, onde a questão da homofobia é algo delicado.
Para o ativista gay Nikolay Alekseyev, um dos líderes da comunidade LGBT da Rússia, o assassinato em Volgogrado é resultado de uma "política homofóbica", da atitude do governo em relação aos homosexuais no país.
"Aquele caso monstruoso que aconteceu em Volgogrado mostra o fruto da política homofóbica que está sendo seguida no país, parte da qual é a iniciativa de proibir a propaganda sobre homossexualidade", disse Alekseyv à agência de notícias Interfax.
O ativista se referiu a um projeto de lei aprovado pela Duma, a Câmara Baixa do Parlamento russo em fevereiro que proíbe a exibição da chamada "propaganda homossexual" diante de menores de idade.
O projeto tornaria nacionais as restrições que já foram adotadas em diferentes partes da Rússia e estabeleceria multas de até 500 mil rublos (cerca de R$ 33 mil) para aqueles que realizarem uma suposta promoção da homossexualidade.
Debate e polêmica
O projeto ainda não foi aprovado e transformado em lei, mas já causa polêmica no país.
"Todos os anos vão ocorrer mais destes crimes se esta política não for mudada. Queremos que o motivo de ódio por minorias sexuais seja reconhecido como uma circunstância agravante quando um crime é cometido. Então, haverão menos casos trágicos como este", afirmou.
Um blogueiro de oposição popular na Rússia, Rustem Adagamov, também falou sobre o caso, divulgando um link para as notícias sobre a morte em Volgogrado em sua conta no Twitter.
"Homofobia, que está sendo implantada de forma zelosa pelo Estado, mostra seu fruto horrendo", postou Adagamov.
Mas, para o parlamentar Nikolay Kolomeytsev, vice-presidente do Comitê de Trabalho, Política Social e Veteranos da Duma, o crime de Volgogrado não é um caso de homofobia.
"Tudo está relacionado ao declínio geral da cultura, moral e um aumento da crueldade na sociedade que, por acaso, é cultivada pelos filmes hoje em dia, muitos deles mostrados em todos os canais de TV", afirmou o parlamentar à rádio Ekho Moskvy.
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