Sarkozy é detido para interrogatório sobre suposto tráfico de influências
A policia francesa deteve nesta terça-feira (1º) o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, que será interrogado em uma investigação sobre tráfico de influências, segundo fontes legais. É a primeira vez que a Justiça francesa prende um ex-chefe de Estado.
Sarkozy pode permanecer preso por até 24 horas, com possibilidade de extensão por outras 24 horas. Ele se entregou em Nanterre, nos arredores de Paris.
Policiais do Escritório Anticorrupção, da Polícia Judiciária, investigam se Sarkozy - que foi presidente da França entre 2007 e 2012 - prometeu um cargo de prestígio em Mônaco a um juiz de alto escalão em troca de informações.
O juiz, Gilbert Azibert, um dos magistrados mais antigos na Corte de Apelação francesa, também foi chamado para interrogatório na segunda-feira. Outro juiz, Patrick Sassoust, e o advogado de Sarkozy, Thierry Herzog, também foram interrogados.
A investigação foi iniciada em fevereiro para apurar se Sarkozy tentou obter informação privilegiada em um inquérito sobre o financiamento de sua campanha eleitoral, em 2007. Suspeita-se que o ex-líder líbio Muammar Gaddafi teria ajudado a financiar a campanha.
A polícia acredita que o ex-presidente recebeu informações de que seu telefone estava sendo grampeado.
Também há alegações de que Sarkozy recebeu informações sobre as investigações enquanto a Justiça decidia se suas agendas de trabalho - confiscadas como parte do inquérito - deviam ser mantidas sob custódia.
A Justiça determinou em março deste ano que os documentos não deveriam ser devolvidos.
Os últimos acontecimentos são um golpe para as ambições do ex-presidente de se recandidatar ao Palácio do Eliseu em 2017. Ele tenta reconquistar a liderança do partido de centro-direita UMP.
O ex-presidente diz que as acusações têm motivações políticas.
Aliados de Sarkozy demonstraram apoio ao ex-presidente. O prefeito de Nice, Christian Estrosi, publicou em sua página no Twitter: "Nunca nenhum ex-presidente foi vítima de tal tratamento, tal explosão de ódio".
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