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Suspeito de ataques em Copenhague é identificado

Copenhagen Police/AP
Imagem: Copenhagen Police/AP

15/02/2015 18h47

O homem suspeito de ser o responsável por dois atentados em Copenhague neste fim de semana foi identificado pela imprensa da Dinamarca.

O nome dele é Omar El-Hussein e, segundo a imprensa local, ele foi libertado da prisão há duas semanas, onde cumpriu pena por agressão. Ele é cidadão dinamarquês.

A polícia dinamarquesa ainda não confirmou o nome do suspeito, mas informou que o homem de 22 anos tem um histórico de envolvimento com gangues.

Os policiais acreditam que o suspeito, que foi morto na manhã deste domingo pela polícia, agiu sozinho nos dois ataques, que deixaram dois mortos.

O suspeito já era conhecido da polícia devido ao seu envolvimento com gangues e por condenações por delitos violentos e outros relacionados a armas.

O homem foi morto enquanto a polícia monitorava um enderenço no bairro de Norrebro, em Copenhague.

"Quando o suspeito foi morto a tiros durante a ação da polícia, ele estava armado com revólveres", disse o comissário de polícia Thorkild Fodge em uma entrevista coletiva.

Fodge também informou que a polícia encontrou a arma que pode ter sido usada no primeiro ataque.

O suspeito começou os ataques no sábado, contra um café onde era realizado um debate sobre blasfêmia e liberdade de expressão. Nesta ocasião, um diretor de cinema que participava da discussão foi morto e três policiais ficaram feridos.

Mais tarde, o homem se dirigiu a uma sinagoga da capital dinamarquesa onde matou o segurança do local. Outros dois policiais ficaram feridos.

Ataques em Paris

O serviço secreto da Dinamarca está investigando se o atirador estava copiando os ataques que ocorreram em Paris em janeiro, contra a revista satírica Charlie Hebdo e um supermercado kosher. No total, 17 pessoas morreram nestes ataques.

Policiais fecharam as ruas em volta da estação de metrô de Norrebro, onde o suspeito foi morto

Antes, o chefe do serviço secreto do país disse a jornalistas que o suspeito também era conhecido do serviço de inteligência e a polícia está trabalhando para determinar se o homem se ele tinha viajado para a Síria ou para o Iraque.

O confronto entre o suspeito e as forças policiais ocorreu no distrito Norrebro, a cerca de cinco quilômetros da sinagoga atacada. O bairro é caracterizado por uma grande presença de imigrantes.

Após o primeiro ataque no café, na tarde de sábado, a polícia lançou uma grande operação de buscas para capturar o suspeito.

Ele havia fugido do local em um carro preto, que foi logo abandonado. O suspeito então teria chamado um táxi para levá-lo para o bairro de Norrebro.

A polícia usou a informação do taxista para identificar o endereço e também divulgou imagens de câmeras de segurança para tentar idenficar o atirador.

Depois da meia-noite, o atirador abriu fogo do lado de fora de uma sinagoga, matando um judeu e ferindo dois policiais.

Por volta das 3h50 da madrugada de domingo, um homem disparou contra os policiais que estavam vigiando o endereço em Norrebro. Os policiais reagiramm e o homem foi morto.

A polícia também fez uma série de prisões e uma busca em um cibercafé perto de onde o suspeito foi morto.

'Ato terrorista'

A primeira-ministra da Dinamarca, Helle Thorning-Schmidt, descreveu os ataques deste fim de semana como "um cínico ato de terrorismo contra a Dinamarca" e acrescentou que o governo não vai comprometer sua defesa à liberdade de expressão.

Thorning-Schmidt visitou a sinagoga atacada e disse que a Dinamarca fará de tudo para proteger a comunidade judaica do país.

A Dinamarca se orgulha por ter sido um dos poucos países europeus que salvou a maior parte de sua comunidade judaica do Holocausto nazista da década de 1940.

"Quando você atira sem piedade contra pessoas inocentes que participam de um debate, quando você ataca a comunidade judaica, você ataca nossa democracia", disse a primeira-ministra durante a visita à sinagoga.

"Faremos tudo o que for possível para proteger nossa comunidade judaica", acrescentou.

Charlie Hebdo

Entre os participantes do debate onde ocorreu o primeiro ataque estava Lars Vilks, um polêmico cartunista sueco que já foi ameaçado de morte depois de fazer charges do profeta Maomé em 2007. Ele não foi ferido durante o ataque.

O embaixador francês, François Zimeray, também participava da reunião. Logo depois do incidente, foi postada uma mensagem no Twitter do embaixador informando que ele está vivo.

O seminário foi descrito no site pessoal do cartunista Lars Vilks como um debate sobre se deveria existir limite para a expressão artística ou para a liberdade de expressão.

A descrição do evento perguntava se artistas poderiam "ousar" e cometer blasfêmia depois de ataques como o ocorrido contra a revista satírica francesa Charlie Hebdo, que ocorreu no mês passado em Paris.

Dois atiradores invadiram o escritório da Charlie Hebdo e mataram 12 pessoas, incluindo dois policiais. Os irmãos Cherif e Said Kouachi, mortos pela polícia dois dias mais tarde, foram motivados pelas polêmicas charges do profeta Maomé feitas pela revista - quatro cartunistas também morreram.

Lars Vilks já sofreu ameaças e os organizadores do evento deste sábado informaram no site que haveria "segurança rigorosa", como de costume em todos os eventos em que ele se pronunciava em público.

Uma organizadora do seminário, Helle Merete Brix, disse à BBC que o local estava sendo vigiado por policiais armados e agentes de segurança do serviço secreto da Dinamarca, além dos seguranças do próprio cartunista.

Helle afirmou que considera o incidente como um ataque contra Vilks.