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Samaras pede que deputados da Grécia respaldem seu candidato à presidência

27/12/2014 17h09

Atenas, 27 dez (EFE).- O primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, pediu neste sábado aos deputados do parlamento que respaldem o candidato à presidência da República, Stavros Dimas, na decisiva votação parlamentar da próxima segunda-feira e afirmou que a abstenção significa uma "chantagem política".

"Nenhum deputado terá o direito de dizer que não sabia", disse Samaras em uma entrevista à televisão pública "Nerit" em alusão ao perigo de um governo dirigido pelo partido esquerdista Syriza, que lidera todas as enquetes, no caso da realização de eleições antecipadas.

Da mesma forma que nas duas rodadas precedentes, na votação nominal os deputados só tinham duas opções possíveis: aclamar o nome do candidato, em sinal de respaldo, ou dizer 'presente', o que engloba tanto a abstenção como a rejeição.

O primeiro-ministro afirmou que todos os deputados que se neguem a votar em Dimas automaticamente se aliarão ao Syriza e aos ultranacionalistas Gregos Independentes, que, segundo Samaras, são os potenciais parceiros de uma coalizão liderada pela extrema-esquerda.

Samaras qualificou de "perigo mortal" a realização de eleições antecipadas que - ressaltou - "levariam a um conflito com nossos parceiros", em alusão ao fato de que o Syriza anunciou que não aceitará nenhum acordo firmado pelo governo atual com a troika de credores integrada pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional.

"Os cidadãos não querem eleições, o país não precisa de eleições, por isso fiz e farei tudo para que o presidente seja eleito", declarou o primeiro-ministro, que, no entanto, se mostrou convencido que, no caso de haver novos pleitos, seu partido sairá vencedor.

Na segunda votação, realizada na quarta-feira passada, o ex-comissário europeu Dimas, de 73 anos, obteve 168 votos, oito a mais que na primeira ocasião, mas longe dos 200 (dois terços da câmara) necessários para ser eleito.

Nesta última votação já requer apenas 180 votos, mas os analistas veem poucas perspectivas que alcance esse patamar.

Caso a votação da segunda-feira não prospere, a Constituição estabelece um prazo de dez dias para a dissolução do parlamento e a convocação de eleições gerais entre três e quatro semanas depois. EFE

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