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México dobra recompensa e demite servidores por fuga de "El Chapo"

EFE
Imagem: EFE

Na Cidade do México

14/07/2015 01h23

A Procuradoria-Geral da República (PGR) do México ofereceu nesta segunda-feira (data local) uma recompensa de US$ 3,8 milhões para quem fornecer informações sobre o paradeiro do narcotraficante Joaquín "El Chapo" Gúzman, o dobro do valor oferecido na última vez que o criminoso fugiu.

Além disso, o secretário de Governo do México, Miguel Ángel Osorio, anunciou a demissão de três funcionários responsáveis pelo sistema prisional mexicano após a fuga de "El Chapo", prometendo que "não haverá impunidade" para os que colaboraram com o preso.

O traficante escapou na noite do último sábado do Planalto I, no centro do país, por um túnel construído até uma casa situada a 1,5 quilômetros da prisão, segundo as autoridades mexicanas.

A titular da PGR, Arely Gómez, justificou o aumento da recompensa "por se tratar de uma pessoa que burlou em duas ocasiões o sistema penitenciário e representa uma ameaça para a segurança pública".

Segundo Arely, foram interrogadas 34 pessoas que trabalhavam na prisão. Outros 17 presos que ficavam próximos à cela de "El Chapo" também serão chamados a depor sobre a fuga do companheiro de prisão.

Osorio disse à imprensa que as demissões não têm relação com as investigações sobre a participação de servidores públicos na fuga. Entre eles está o diretor da prisão Planalto I, Valentín Cárdenas.

O secretário de Governo disse que ordenou que sejam tomadas medidas concretas para fortalecer a segurança dos centros de detenção no país, especialmente nos quais estão "delinquentes de alta periculosidade".

De acordo com Osorio, a prisão de Planalto I opera "em estrito cumprimento dos protocolos de segurança e padrões internacionais" e contam com medidas de sistema de vigilância em vídeo e monitoração permanente dos presos.

"Por razões de direitos humanos e respeito à intimidade, o sistema de vídeos tinha dois pontos cegos. 'El Chapo' conseguiu fugir através de uma estratégia para escapar de todos os sistemas de segurança. Construiu um túnel de alta tecnologia, com profundidade de até 19 metros e extensão de mais de 1,5km", explicou.

"Não podemos omitir que para conseguir seu propósito, ele teve que contar com a cumplicidade dos funcionários da prisão", reconheceu o secretário de Governo do México, reafirmando que todo servidor que tiver participado da fuga "será castigado".

"Não haverá descanso para esse delinquente. É um inimigo da sociedade que fez um grande prejuízo ao México. Não haverá trégua no esforço para recapturá-lo", disse Osorio.

É a segunda vez que "El Chapo" escapa de uma prisão de segurança máxima, após fugir do centro de detenção de Puente Grande, na cidade de Guadalajara (oeste do México) em janeiro de 2001.