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Israel autoriza fechamento de bairros em Jerusalém e reforço na segurança

Policiais israelenses revistam palestinos em estrada ligando o bairro palestino de Jabal Mukaber, em Jerusalém Oriental, e Jerusalém - Menahem Kahana/AFP
Policiais israelenses revistam palestinos em estrada ligando o bairro palestino de Jabal Mukaber, em Jerusalém Oriental, e Jerusalém Imagem: Menahem Kahana/AFP

Em Jerusalém

14/10/2015 04h28

O governo de Israel adotou uma série de medidas excepcionais para fazer frente à onda de ataques que vem assolando o país há duas semanas, entre elas, permitir o fechamento de bairros considerados problemáticos e reforçar o policiamento com tropas do Exército, segundo um anúncio emitido durante a madrugada desta quarta-feira (14).

Entre as decisões, autorizadas ontem pelo Executivo de Benjamin Netanyahu em reunião de urgência para tratar da situação, está a de autorizar a polícia a "impor um fechamento em centros de atrito e incitação em Jerusalém, de acordo com as considerações de segurança".

O governo decidiu também que, "além de demolir as casas dos terroristas", não permitirá que construam nada no local como forma de se tentar persuadir possíveis ataques.

Além disso, a propriedade dos agressores será confiscada e serão revogadas suas permissões de residência, o que afeta fundamentalmente os moradores do território ocupado de Jerusalém Oriental, que não têm nacionalidade israelense.

Segundo a imprensa do país, cerca de 80% dos ataques com arma branca registrados desde o início do mês foram cometidos por moradores da parte oriental de Jerusalém.

Netanyahu e seu Executivo ordenaram também um aumento do efetivo policial, ao destinar 80 milhões de shekels (R$ 79 milhões) para recrutar 300 guardas adicionais para fazer a segurança no transporte público em Jerusalém, após dois ataques contra ônibus nesta semana, e autorizou o exército a reforçar o policiamento em cidades e estradas.

"O exército receberá instruções para destacar unidades em áreas sensíveis ao longo do muro de segurança de forma imediata", diz a nota do governo, que também ordenou que se acelere a construção do muro ao longo das colinas ao sul de Hebron, no território palestino ocupado da Cisjordânia.

Na tarde de hoje, o denominado Gabinete de Segurança, se reunirá novamente para avaliar a situação e estudar medidas para reduzir a violência.

A região completa hoje duas semanas consecutivas de violência, com ataques e distúrbios nos quais morreram sete israelenses e mais de 30 palestinos, 11 deles depois que cometeram ou tentaram cometer atentados, segundo fontes policiais.