Na cúpula do Mercosul, Macri pede libertação de presos políticos na Venezuela

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, pediu nesta segunda-feira (21) a libertação dos presos políticos na Venezuela durante seu discurso na cúpula de chefes de Estado do Mercosul, realizada em Assunção (Paraguai).

"Quero pedir aqui expressamente diante dos chefes de Estado membros do Mercosul pela rápida libertação dos presos políticos na Venezuela, porque nos países membros não pode haver lugar para perseguição política por motivações ideológicas ou por pensar diferente", declarou.

Macri acrescentou que seu governo vê "com agrado que a Venezuela assumiu" os resultados das últimas eleições legislativas, nas quais a oposição venceu, e pediu "prudência à oposição".

O governante disse que sua "visão de democracia não é só comparecer às urnas" e a classificou como "uma forma de vida, [um] pacto de convivência".

"Acredito que chegou a hora, amigos, de lhes pedir um pouco mais de democracia, no século 20 superamos [a] ditadura e dissemos nunca mais aos governos militares", declarou.

Macri, que estreia em âmbito internacional em seu cargo nesta cúpula, fez essas declarações diante da chanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez, que substitui o presidente do país, Nicolás Maduro, ausente na cúpula por "compromissos internos", segundo o Paraguai, país anfitrião.

Também estavam na reunião a presidente Dilma Rousseff, o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, do Uruguai, Tabaré Vázquez, da Bolívia, Evo Morales, e do Chile, Michelle Bachelet.

Macri se mostrou "muito otimista" quanto ao futuro do bloco e afirmou que o vê "cheio de oportunidades". Ele pediu que se aposte no fortalecimento das relações comerciais internas e com o resto do mundo para reduzir a desigualdade na região.

"Dificuldades haverá sempre, tensões também", declarou.

"Não devemos nos desanimar nem perder confiança nesta união, o Mercosul é um projeto de longo prazo", acrescentou o presidente argentino.