Coreia do Norte anuncia ter realizado 5º e maior teste nuclear
A Coreia do Norte confirmou nesta sexta-feira (09) em sua televisão estatal que realizou seu quinto teste nuclear, no dia em que o país comemora o 68º aniversário de sua fundação. "A detonação atômica aconteceu com sucesso", disse a locutora Ri Chun-hee, encarregada de divulgar os principais anúncios do regime, em um breve espaço informativo especial emitido pela televisão estatal "KCTV".
O novo teste atômico é uma "medida de resposta aos EUA e a nossos inimigos que nos sancionaram, negando nosso status de orgulhosa potência nuclear e criticando nossas ações baseadas no direito à autodefesa", expressou a locutora do meio estatal. "Vamos continuar reforçando nossas capacidades para impulsionar nossa força nuclear", concluiu.
O teste atômico aconteceu na base de Punggye-ri, no nordeste do país, o mesmo local onde a Coreia do Norte já detonou artefatos nucleares em 2006, 2009, 2013 e em janeiro deste ano. No teste nuclear de janeiro, o país assegurou ter usado uma bomba de hidrogênio, algo que os especialistas puseram em dúvida. Hoje, a Coreia do Norte afirmou que o teste confirmou sua capacidade de montar uma ogiva nuclear em um míssil.
"Este teste nuclear confirmou finalmente (...) a estrutura e as características específicas de uma ogiva nuclear que foi padronizada de maneira a ser montada em mísseis balísticos estratégicos", afirmou a agência estatal norte-coreana KCNA. O teste "elevou sem dúvida a outro nível a tecnologia da Coreia do Norte para montar ogivas nucleares em foguetes balísticos", completou a agência.
A Coreia do Sul já havia confirmado, mais cedo, que o terremoto de 5 graus de magnitude na Escala Richter causado de forma artificial na Coreia do Norte correspondia ao quinto teste nuclear do pais vizinho. Além disso, afirmou que a explosão foi mais potente que em vezes anteriores.
"Avaliamos que a Coreia do Norte realizou seu maior teste nuclear até o momento, já que teria alcançado os 10 quilotons, segundo nossas primeiras estimativas", disse um porta-voz do Ministério da Defesa de Seul.
O terremoto de cerca de 5 graus de magnitude foi detectado às 9h30 (horário local, 21h30 de quinta-feira em Brasília) muito perto da base de testes nucleares de Punggye-ri, local dos quatro testes atômicos anteriores, pelo serviço meteorológico sul-coreano, assim como pelo Centro Sismológico da Europa, o Serviço Geológico dos Estados Unidos e a JMA.
Ação e reação
As Forças Armadas sul-coreanas criaram uma equipe inicial de medidas de resposta e neste momento analisam o ar em diversas áreas na busca de restos de radioatividade para conhecer mais detalhes, segundo o porta-voz.
A Presidência do país emitiu um comunicado no qual também confirmou que a Coreia do Norte realizou seu quinto teste nuclear. A presidente sul-coreana, Park Geun-hye, condenou "energicamente" o teste, já que representa uma "clara violação" das resoluções da ONU e também um "ato de desafio contra a comunidade internacional", segundo o comunicado.
Park, que neste momento está de visita ao Laos, adiantou que a Coreia do Sul buscará junto com outros países impor sanções "muito mais fortes" contra a Coreia do Norte e recorrer a todos os meios possíveis para obrigá-la a renunciar ao desenvolvimento de armas nucleares.
Após a detonação de hoje, se espera uma forte reação da comunidade internacional, alarmada pelos rápidos avanços em armamento nuclear e mísseis do regime de Kim Jong-un. O ministro japonês das Relações Exteriores, Fumio Kishida, declarou que apresentará um "enérgico protesto" e recorrerá ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.
ONU condena
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) chamou o anúncio da Coreia do Norte sobre um teste nuclear como uma "clara violação" das resoluções do Conselho de Segurança e um ato "preocupante e lamentável".
"Peço categoricamente à Coreia do Norte que aplique totalmente todas as resoluções pertinentes do Conselho de Segurança da ONU e da AIEA", afirmou em comunicado Yukiya Amano, secretário-geral deste organismo da ONU.
Programa armamentista
A Coreia do Norte já havia realizado quatro testes com bombas nucleares, o último em janeiro, como parte de um programa armamentista que inclui ainda o desenvolvimento de mísseis balísticos de longo alcance e é alvo de sanções da ONU.
Esta semana, o líder norte-coreano, Kim Jong-Un, convocou as forças armadas a seguir adiante com o desenvolvimento de seu arsenal nuclear, segundo a agência oficial KCNA. Kim "destacou a necessidade de se prosseguir com estas realizações milagrosas, reforçando o potencial nuclear, passo a passo, neste ano histórico".
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