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Morre ex-presidente italiano Carlo Azeglio Ciampi aos 95 anos

16/09/2016 08h38

Roma, 16 set (EFE).- O ex-presidente da República da Itália Carlo Azeglio Ciampi, uma das figuras mais relevantes da economia e da política no país, que foi também presidente do Governo e do Banco da Itália, faleceu nesta sexta-feira aos 95 anos.

A notícia foi confirmada por diferentes autoridades como o presidente do Governo, Matteo Renzi, que em mensagem no Twitter enviou um abraço à viúva, e qualificou Ciampi "como um homem das instituições que serviu com paixão"

O ápice de sua carreira política chegou em 13 de maio de 1999, quando foi eleito por uma grande maioria no parlamento como o 10° presidente da República italiana, em substituição a Oscar Luigi Scalfaro.

A Constituição italiana estabelece que os mandatos na chefia do Estado são de sete anos, por isso que em 15 de maio de 2006 deixou o cargo e foi substituído por Giorgio Napolitano e passou, como costuma ser tradição para os chefes de Estado, a ser senador vitalício.

Ciampi, nascido em Livorno em 1920, esteve à frente do Banco da Itália desde 1978 até 1993 e, neste cargo, contribuiu para a modernização do sistema monetário italiano com medidas como a introdução de operações de mercado aberto, ou seja, a compra de títulos do Estado pela entidade para favorecer a liquidez do sistema a curto prazo.

Também teve que fazer frente à catastrófica desvalorização da lira em 1992, que levou a Itália a sair do Sistema Monetário Europeu dois anos após seu acesso.

Foi chamado a formar governo um ano mais tarde, em 1993, a pedido do então presidente da República, Oscar Luigi Scalfaro.

Ciampi governou a Itália durante um ano aproximadamente, em uma época convulsa na qual começava a ser descoberta uma extensa rede de corrupção que envolveu maioria dos partidos políticos do momento, sobretudo o Partida Socialista de Bettino Craxi, e que era conhecido como "Tangentopoli".

Em maio de 1996, pouco tempo depois da queda de seu Executivo, foi nomeado ministro do Tesouro da Itália por Romano Prodi, líder da coalizão de centro-esquerda vencedora nas eleições de abril desse ano.

Neste período, aconteceu a entrada da Itália no euro.

Foi agraciado com o Prêmio Internacional Carlos Magno, com a Cruz ao mérito de guerra durante a Segunda Guerra Mundial, foi cavaleiro da Grande Cruz da Ordem ao mérito da República Italiana e ganhou a Cruz da Ordem ao mérito da República Federal da Alemanha.