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Governo britânico trabalha com cenário de que não haverá acordo com a UE

Primeiro-ministro Boris Johnson em seu primeiro pronunciamento no Parlamento britânico - AFP
Primeiro-ministro Boris Johnson em seu primeiro pronunciamento no Parlamento britânico Imagem: AFP

28/07/2019 09h10

O governo do Reino Unido "trabalha sobre a base" de que não haverá um novo acordo sobre o Brexit com a União Europeia (UE), de acordo com Michael Gove, o ministro responsáveis pelos preparativos para uma saída do país do bloco sem um pacto.

O chanceler do ducado de Lancaster - ministro sem pasta e com atribuições diversas - afirmou que uma saída não negociada "é uma perspectiva muito real", e por isso será realizada uma grande campanha nacional de informação para preparar a população.

"Com um novo primeiro-ministro, um novo governo e uma missão mais clara, sairemos da UE em 31 de outubro. Incondicionalmente. Sem mais atrasos. O Brexit vai acontecer", escreveu o ministro em artigo publicado neste domingo no jornal "The Sunday Times".

Gove advertiu que os líderes da UE reiteraram que não vão renegociar o tratado que assinaram com a ex-primeira-ministra britânica Theresa May.

"Ainda temos a esperança de que mudem de opinião, mas devemos trabalhar sobre a base de que não o farão", ressaltou.

O governo britânico, liderado pelo novo premiê Boris Johnson, "fará o possível" para conseguir um novo pacto, mas "não se pode reaquecer um prato que foi rejeitado e esperar que seja mais gostoso".

Além do artigo publicado hoje, o "Sunday Times" informa também que Johnson montou um "gabinete de guerra", com seis ministros de confiança e cuja missão é garantir que o país sairá da UE na data prevista pelos "meios que forem necessários".

E no jornal "The Sunday Telegraph", o ministro da Economia, Sajid Javid, que faz parte deste grupo, revelou que destinará "um financiamento adicional significativo" para facilitar a saída com ou sem acordo.

Entre outras medidas, serão contratados 500 agentes alfandegários e feitos mais investimentos em infraestruturas nos portos a fim de minimizar os atrasos nos controles de mercadorias, de acordo com o ministro.