Rússia acusa de pirataria 30 integrantes de protesto do Greenpeace no Ártico
MOSCOU, 3 Out (Reuters) - A Rússia acusou formalmente de pirataria as 30 pessoas, entre elas uma brasileira, detidas durante um protesto do grupo ambientalista Greenpeace realizado numa plataforma de petróleo no Ártico, afirmaram nesta quinta-feira investigadores federais.
Os acusados podem ser condenados a 15 anos de prisão.
No protesto, realizado no mês passado, um navio do Greenpeace se aproximou de uma plataforma de petróleo pertencente à estatal russa Gazprom e dois ativistas tentaram escalar a unidade de perfuração.
O Greenpeace afirma que o protesto foi pacífico e rechaçou as acusações de pirataria como absurdas e infundadas.
"Nossos ativistas foram acusados por um crime que não aconteceu, foram acusados por uma ofensa imaginária", disse o diretor-executivo internacional do Greenpeace, Kumi Naidoo.
Os 30 ativistas, que durante o protesto estavam a bordo do navio do Greenpeace Arctic Sunrise, estão detidos sob custódia na cidade de Murmansk, no norte da Rússia.
Além da brasileira, chamada Ana Paula Alminhana Maciel, ativistas e tripulantes de outros 17 países estão entre os presos, incluindo um cinegrafista britânico e um fotógrafo russo.
A embaixada do Brasil em Moscou foi orientada pelo chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, a emitir uma "carta de garantia" para que Ana Paula possa aguardar o julgamento em liberdade, informou o Itamaraty na terça-feira por meio de nota.
A comissão de investigação russa, que reporta ao presidente Vladimir Putin, disse que todos os acusados negaram a culpa e se recusaram a prestar depoimentos mais substanciais. A comissão disse ainda que as investigações continuam.
A plataforma Prirazlomnaya no mar de Pechora é a primeira plataforma de perfuração offshore da Rússia no Ártico, representando um importante papel nos esforços do país para extrair os recursos na região. A Gazprom disse estar a caminho de começar a produção este ano.
(Por Steve Gutterman)
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