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Missa do papa Francisco atrai mais de 500 mil pessoas no Equador

Por Philip Pullella e Yury Garcia
Imagem: Por Philip Pullella e Yury Garcia

Philip Pullella e Yury Garcia

Em Guayaquil (Equador)

06/07/2015 18h06

O papa Francisco rezou uma missa para mais de meio milhão de equatorianos nesta segunda-feira (6) e destacou que deseja que uma grande reunião do Vaticano prevista para este ano encontre maneiras de lidar melhor com os católicos que se sentem excluídos da Igreja.

No primeiro dia de uma viagem que incluirá três países sul-americanos, o pontífice argentino foi para a segunda maior cidade do Equador, Guayaquil, um vibrante município portuário por vezes considerado a "capital da banana" por conta do comércio de frutas.

Em linha com seu estilo simplista, o papa andou pela cidade em um pequeno veículo prateado da Fiat.

Dezenas de milhares de pessoas se alinharam pela rota que sai do aeroporto, e às vezes empurravam o cordão de segurança para encostar no carro e atirar pétalas de flores perante ele.

Com os olhos incomodados pelo sol, Francisco foi então para um jipe aberto ao chegar ao local da missa, transitando por entre a multidão, estimada por autoridades em mais de 650 mil pessoas.

"Eu vim para este encontro espiritual para pedir ao papa que me cure, porque tenho câncer", disse Franklin Borbor, de 48 anos, que, apesar de sua doença, viajou mais de cinco horas para estar presente na missa.

O papa de 78 anos falou sobre a família em sua homilia, tema que será assunto de uma grande reunião de bispos --o sínodo-- que acontecerá no Vaticano em outubro.

O encontro deve discutir maneiras de como alcançar católicos que se divorciaram e permanecem fora da Igreja. Sob as atuais regras da Igreja, eles são proibidos de receber a comunhão a não ser que se abstenham de ter relações sexuais.

O encontro também discutirá como a Igreja deve abordar o tema de católicos homossexuais.

Bispos conservadores são contrários a quaisquer mudanças em relação ao divórcio e a novos casamentos, e num encontro preparatório no ano passado, eles refutaram a linguagem conciliatória sobre o atendimento pastoral a casais gays.

O papa disse que o sínodo "consideraria soluções concretas para os muitos difíceis e significativos desafios enfrentados por famílias de nossa época."

Em sua homilia, ele também pediu pela renovação dos valores familiares e pela solidariedade com os mais velhos, os abandonados e os desempregados. (Reportagem adicional de Alexandra Valencia, e de Girish Gupta, em Quito)