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Hungria perde controle de imigrantes, que fogem a pé de trens e acampamentos

Centenas de refugiados caminham pela rua Budaorsi, em Budapeste (Hungria), em direção à fronteira com a Áustria - Zoltan Balogh/MTI/AP
Centenas de refugiados caminham pela rua Budaorsi, em Budapeste (Hungria), em direção à fronteira com a Áustria Imagem: Zoltan Balogh/MTI/AP

Krisztina Than

Em Roske (Hungria)

04/09/2015 16h33

Imigrantes na Hungria, muitos deles refugiados sírios, se retiraram de um campo fronteiriço, fugiram de um trem retido por autoridades e saíram a pé rumo ao oeste da Europa nesta sexta-feira, quando a operação de contenção do governo direitista do país começou a perder força diante do número impressionante de pessoas.

Em cenários caóticos, centenas de pessoas entoando "Alemanha, Alemanha" tomaram a principal rodovia entre Budapeste e Viena, enquanto que outras correram pelas ferrovias fugindo de um trem lotado detido pela polícia durante dois dias. No sul, elas derrubaram barreiras e se atracaram com tropas de choque em um campo de fronteira superlotado perto da Sérvia.

O caos contrastou com uma promessa do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, enfrentar a pior crise imigratória europeia desde as guerras iugoslavas dos anos 1990. O Parlamento enrijeceu leis que, segundo seu governo, na prática selariam a fronteira sul da Hungria aos imigrantes a partir de 15 de setembro.

A Hungria se tornou o principal ponto de entrada para os imigrantes que vão à União Europeia por terra através da península balcânica, quase todos tentando chegar a países mais ricos e generosos no norte e oeste do continente, especialmente a Alemanha.

O governo de Budapeste afirma estar implementando as regras da UE ao forçar todos os imigrantes a se registrar no primeiro país do bloco a que chegam. Orban, um dos críticos mais explícitos da imigração coletiva na Europa, fez um pronunciamento áspero alertando que os europeus podem se tornar minoria em seu próprio continente.

Mas os planos do seu governo para uma repressão parecia estar fracassando diante do enorme número de pessoas a caminho da Alemanha, que disse que os refugiados sírios podem se registrar lá independentemente de onde entraram pela primeira vez na UE, suspendendo as regras do bloco.

(Reportagem adicional de Marton Dunai e Balazs Koranyi)