Marielle Franco

1.000 dias sem respostas

Por Herculano Barreto Filho

Dois suspeitos presos e um crime sem mandante

O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes completa 1.000 dias hoje. Nas ruas, virou grito de resistência: "Marielle presente!"
Alexandre Brum/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

O crime

Por volta das 21h30 de 14 de março de 2018, Marielle foi atingida por três tiros na cabeça e um no pescoço em uma emboscada no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro.
Reprodução/Globo News

O dia do atentado

Marielle deixou a Câmara, no Centro do Rio em direção à Lapa. O Cobalt a seguiu até o local do crime.
Pablo Jacob/Agência O Globo

A reconstituição do crime

(Lembre-se de ligar o som)
Antonio Scorza / Agência O Globo

Quem é Marielle Franco

(Lembre-se de ligar o som)
Renan Olaz/CMRJ

Feminista, negra e "cria da Maré"

Defensora do feminismo, dos direitos humanos, mãe e crítica da intervenção federal no Rio, foi a 5ª vereadora mais votada em 2016. Filha de Marinete Francisco e Antonio da Silva Neto, nasceu em 27 de julho de 1979.
Thais Alvarenga/Facebook

"Pai amoroso e marido maravilhoso"

Anderson Gomes era o motorista que iria levar Marielle. Ele era casado com Agatha Reis e deixou um filho pequeno.
Reprodução

Vizinhos

Reprodução

Quem é Ronnie Lessa?

Apontado como o autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson, o sargento da reserva da PM fez pesquisas regulares sobre os locais que Marielle frequentava. Foi preso em março de 2019, por duplo homicídio qualificado, em um condomínio na zona oeste do Rio onde o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem casa.
Marcelo Theobald/Agência O Globo

Quem é Élcio de Queiroz?

O ex-PM foi preso com Ronnie acusado de conduzir o veículo usado no crime. Queiroz foi expulso da corporação por fazer segurança ilegal em uma casa de jogos de azar no Rio. À época, os policiais civis encontraram na casa duas pistolas, carregadores e munição, além de balas de fuzil em seu carro.
Reprodução/Facebook

Condomínio do presidente

De acordo com a Polícia Civil, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz se reuniram no condomínio Vivendas da Barra, na zona oeste do Rio, no dia do crime.
Raquel Cunha/Folhapress

Caderno da portaria

Em depoimento, um porteiro disse que Élcio teria dito que iria na casa de "seu Jair", que teria liberado a sua entrada. Registro na Câmara dos Deputados apontam que Bolsonaro estava em Brasília naquele dia.
Divulgação

Resposta de Bolsonaro em live

(Lembre-se de ligar o som)
Divulgação

O assunto volta à pauta na saída de Moro

O caso esteve no centro do rompimento entre o presidente e o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. O ex-juiz da Lava Jato acusa o presidente de tentar interferir na Polícia Federal.
ADRIANO MACHADO

Bolsonaro anuncia saída de Moro

(Lembre-se de ligar o som)
Edu Andrade/Fatopress/Estadão Conteúdo

"Nervosismo"

Em novo depoimento, o porteiro disse que errou ao atribuir ao presidente a autorização para a entrada de Élcio.
Google Maps

O caso hoje

FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO

Outros envolvidos

  • Maxwell Simões Corrêa: Preso preventivamente por suspeita de ter ajudado a ocultar as armas usadas.
  • Rafael Carvalho Guimarães e Eduardo Almeida de Siqueira: Presos por suspeita de terem clonado o veículo usado no crime.

Outros envolvidos

  • Rodrigo Jorge Ferreira: Sargento da PM já tratado como testemunha-chave, mentiu para obstruir as investigações.
  • Domingos Brazão: Raquel Dodge afirmou, em junho, que ele só é suspeito de atrapalhar a investigação.

Júri popular apenas no fim do ano que vem

Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz só devem ir a júri popular no final de 2021. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ainda irá analisar um recurso movido pela defesa de Ronnie contra a decisão que o tornou réu. Os advogados sustentam que não há prova técnica. Investigações conduzidas pelo Ministério Público do Rio apontam, ainda, ligação entre Ronnie e o tráfico internacional de armas. Procurada pelo UOL, a defesa de Ronnie não se pronunciou. Já a defesa de Élcio afirma que não há provas que o incriminem.

Quatro delegados já assumiram investigação

Moyses Santana, que assumiu a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) há pouco mais de dois meses, foi o quarto delegado encarregado pela investigação. Giniton Lages foi o primeiro. Ele ficou à frente do Caso Marielle por um ano e deixou o cargo logo após as prisões de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, em março de 2019. O delegado Daniel Rosa foi o responsável pela investigação entre o fim de março de 2019 e 17 de setembro deste ano. Mas ainda há duas perguntas que seguem sem resposta: quem mandou matar Marielle? E por quê?
ALESSANDRO BUZAS/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Legado de Marielle

Márcia Foletto/Agência O Globo

Anielle Franco

Irmã mais nova de Marielle, Anielle idealizou o Instituto Marielle Franco, em 2019. Recentemente, apresentou a Escola Marielles para oferecer formação política para mulheres negras, periféricas e LGBTQI+. Também criou uma plataforma antirracista para as eleições.
Reprodução/Instagram

Mônica Benício

Viúva de Marielle, a arquiteta ingressou na política e se elegeu vereadora do Rio neste ano pelo PSOL, com 22.919 votos, em uma campanha focada nas causas feministas e progressistas. Prometeu olhar para os projetos de Marielle.
BBC Brasil

Quem mandou matar Marielle?

(Ato por Marielle em 2018. Lembre-se de ligar o som.)
REUTERS/Pablo Sanhueza
Publicado em 08 de dezembro de 2020.
Edição: Clarice Cardoso