Uma rainha que "vira" dragão, lhamas gigantes e o voo panorâmico de um condor. As cores do Festival de Parintins na Mocidade Alegre e as da Armênia na Rosas de Ouro. Tudo isso pode ser visto em uma só noite no Sambódromo do Anhembi na segunda parte do desfile do grupo especial de SP.

O esmero nos detalhes de fantasias e alegorias saltou aos olhos do público que assistiu às sete últimas escolas de samba que disputam o título do Carnaval de 2019.

O forte viés político visto na primeira noite de desfiles não ficou de lado - muito bem representado na segunda noite pela Vai-Vai exaltando Marielle Franco e Águia de Ouro pedindo o fim da corrupção. Mas depois que as 14 agremiações passaram pela avenida são os detalhes que devem definir a campeã deste ano.

Com o enredo "Ayakamaé - As Águas Sagradas do Sol e da Lua", a Mocidade Alegre impressionou ao explorar uma lenda dos povos da Amazônia. A carnavalesca Neide Lopes, que integra a comissão da escola e já trabalhou no tradicional Festival de Parintins, do Amazonas fez toda a diferença. O espírito do folclore e da festa amazônica se fez presente em cada detalhe.

O coreógrafo Jean Alex encantou logo no começo representando as forças da natureza teatralizando em cima de fantasias multicoloridas na comissão de frente. Os detalhes das vestimentas e o preciosismo da produção, com forte uso de maquiagem e lentes de contato, encantaram. Isso sem falar das lindas fantasias folclóricas. Terceira maior campeã do Grupo Especial, a escola tem tudo para conquistar seu 11º título.

A Gaviões da Fiel fez uma reedição mais divertida e colorida do enredo de 1994, "A saliva do santo e o veneno da serpente", não se limitando às suas cores clássicas. Última a entrar no Anhembi, já no amanhecer, a agremiação explorou tonalidades e efeitos de luz inspirados no Oriente.

Muitas plumas, penas, asas e ornamentos especiais na região da cabeça também foram vistos durante o desfile da escola de samba, que soube aproveitar o tema mais amplo do samba-enredo. Como já é de praxe, a escola ainda teve uma força extra da torcida organizada nas arquibancadas agitando as bandeirinhas, deixando tudo mais bonito.