Após escapar da berlinda, Império Serrano celebra Gonzaguinha na Sapucaí
Após segurar a lanterna em 2018 e permanecer no Grupo Especial por causa de uma virada de mesa, o Império Serrano quis esquecer o último Carnaval falando sobre a complexidade da vida e as diversas formas de vivê-la. O homenageado da noite foi Gonzaguinha, mas por meio de uma música, a clássica "O que É, o que É?".
Os versos do cantor e compositor foram adaptados em letra e música na avenida, o que causou certa polêmica no mundo do samba alguns meses antes. Seria a negação do samba-enredo? Houve protestos da premiada ala de compositores da agremiação e estranheza por parte de torcedores de outras escolas.
O público nas arquibancadas da Sapucaí não estranhou. A escola trouxe 31 alas, seis alegorias e um tripé, com 3.200 componentes que terminaram com folga dentro do tempo regulamentar de 75 minutos. O Império pode não ser favorito por ter ficado em último lugar no ano passado, mas desta vez fez uma abertura empolgante dos desfiles do Rio.
Chuva
Depois de cair forte no início da noite, atrasando em 45 minutos a entrada da escola, a chuva voltou durante o desfile do Império Serrano, mas, fraca, não chegou a atrapalhar o andamento nem interferir em fantasias e alegorias. A afinação dos surdos da bateria, no entanto, sofreu em alguns momentos com a água. Para evitar alagamentos da pista, uma equipe munida de rodos puxava a água para os bueiros da Sapucaí.
Comissão de frente
Na esteira do enredo, a ala questionou a vida mostrando que, se Deus voltasse hoje ao nosso mundo, ele seria um morador de rua. Um carro com uma espécie de tablado transportou integrantes vestidos de mendigos, eles interagiam com o público dos camarotes fingindo pedir dinheiro. A coreografia, ousada e teatralizada, é obra de Claudia Mota, primeira bailarina do Theatro Municipal do Rio.
Facilidade com a letra
Apesar da controvérsia, a escolha por usar uma música já consagrada funcionou na avenida e fez o público cantar junto, desde o setor 1, e não só os torcedores da escola. O Carnaval do Rio começou bonito com a interação do público. A nota dos jurados, que costumam valorizar originalidade no samba-enredo, é outra história.
Michelangelo na avenida
Um dos carros alegóricos de maior destaque da agremiação trazia a bela figura do criador, em referência ao afresco "A Criação de Adão", de Michelangelo, uma das atrações do teto da Capela Sistina no Vaticano. O carro ainda trazia belas representações de vitrais do templo católico, indicando o início de tudo, incluindo a religião.
Carro com labirinto
Você já se encontrou em uma situação complicada na vida, com problemas de difícil resolução, como se estivesse em um jogo de gato e rato? Foi mais ou menos isso que o Império quis mostrar com uma alegoria interessante que trazia um labirinto. Ele simbolizava as diversas e difíceis escolhas que precisamos fazer frente ao nosso livre-arbítrio. O capacete dos passistas trouxe alguma luz.
Pés no chão
Por causa do chão molhado pela chuva, uma das passistas da escola teve problemas com os saltos altos e preferiu dançar descalça na avenida.
O pé sofreu, mas o samba não chegou nem perto de morrer.
*Com informações de Gabriel Sabóia, do UOL, no Rio
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