Andreza Matais

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Opinião

Lula terá que acomodar aliados 'demitidos' pelos eleitores no domingo

O resultado das eleições municipais até agora se tornou uma dor de cabeça para o governo Lula. Com aliados políticos importantes derrotados, seu entorno já admite uma reforma ministerial e do segundo escalão para acomodar os novos desempregados.

Não é de hoje que Lula é cobrado a mexer no governo por sua base aliada, especialmente para melhorar a comunicação e a articulação política. A pressão aumenta com a troca no comando da Câmara e do Senado no início de 2025, quando a fila de derrotados irá aumentar. O Palácio terá que recolher os mortos e feridos.

Só para ficar em alguns nomes — Edinho Silva (PT), prefeito de Araraquara, não conseguiu fazer o sucessor; Emídio de Souza (PT) foi derrotado em Osasco; Waguinho (Republicanos) também não emplacou o sucessor.

Pablo Marçal (PRTB) perdeu a eleição em São Paulo, mas o resultado acende um alerta na esquerda. Ele obteve apenas 56.853 votos a menos do que Guilherme Boulos (PSOL).

A distância para Ricardo Nunes (MDB) foi um pouco maior, de 81.865 votos. Aqui, mais um alerta para a esquerda: se Nunes for eleito, Lula ganha um adversário de peso na disputa de 2026: o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu padrinho político.

Na política, não há nada que atraia mais do que a expectativa de poder. Tarcísio será um ímã se fizer com que o desconhecido Nunes — até as vésperas da eleição, uma das perguntas mais feitas no Google era "quem é o prefeito de São Paulo?" — ganhe mais um mandato. Lula irá precisar colocar na vitrine seu grupo para que não caiam no ostracismo em 2026.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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