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Bolsonaro implode, Moro disputa com Ciro terceira via e Lula ganha de todos
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Vai-se definindo e afunilando o cenário para as eleições presidenciais de 2022.
Da longa lista de pré-candidatos lançados nos últimos meses, sobraram, na verdade, quatro nomes: Lula, Bolsonaro, Moro e Ciro.
Lula continua disparado na frente e, se as eleições fossem na semana que vem, o ex-presidente teria mais votos do que todos os outros juntos e poderia ganhar já no primeiro turno.
Em caso de segundo turno, derrotaria os outros três por larga margem. Os demais pré-candidatos que se lançaram vão fazer figuração.
Essa é a principal conclusão da pesquisa Genial/Quaest divulgada hoje, a primeira depois das movimentações partidárias dos últimos dias que levaram Bolsonaro para o PL de Valdemar Costa Neto e lançaram a candidatura de Moro pelo Podemos de Alvaro Dias.
A 11 meses e uma semana das eleições, a rejeição à reeleição de Bolsonaro chegou a 67%, a maior na série de pesquisas. A reprovação ao governo subiu de 53% para 56% e apenas 19% ainda o aprovam.
Com mais de 50% de rejeição, como sabemos, nenhum candidato se elege (nesse item, Moro tem 61%, enquanto Lula é rejeitado por 39%).
A novidade dessa rodada é o ex-juiz e ex-ministro Moro, que aparece pela primeira vez, empatado com Ciro nos dois cenários da pesquisa, mas numericamente à frente. A vaga de candidato da terceira via será disputada entre os dois.
Falta definir apenas o candidato do PSDB nas prévias marcadas para o dia 21, mas isso não vai mudar nada no cenário: o paulista Doria tem 2% na pesquisa e o gaúcho Leite aparece com 1%.
Na pesquisa espontânea, Lula subiu sete pontos e chegou a 29%; Bolsonaro caiu de 17% para 16% e 4% não pretendem votar em ninguém. Ciro ficou com 1%, e os demais nomes com 2%.
Na pesquisa estimulada do primeiro turno, no principal cenário, Lula teria 48% dos votos; Bolsonaro, 21%; Moro, 8%; Ciro Gomes, 6%; Doria, 2% e Rodrigo Pacheco, 1%.
Diante desses números que lhe são altamente favoráveis, Lula joga parado, sem pressa para fazer comícios, só costurando alianças e preparando seu programa de governo de reconstrução nacional.
Nunca foi tão fácil definir uma estratégia de campanha. Bastará perguntar aos eleitores em que época eles viviam melhor: no governo de Lula ou de Bolsonaro?
Para diminuir a desvantagem nas pesquisas eleitorais e recuperar a popularidade perdida, Bolsonaro joga todas as fichas na aliança com o Centrão e nos R$ 400 do novo Bolsa Família, chamado de Auxílio Brasil, que ainda precisa ser aprovado no pacote da PEC dos Precatórios no Senado.
Enquanto Lula iniciava hoje pela Alemanha um giro por quatro países da Europa, Moro lançava-se candidato numa superprodução em Brasília, com direito a uma enorme Bandeira Nacional tremulando no cenário.
O novo pré-candidato leu no teleprompter, sem muito entusiasmo, um longo discurso de intenções para uma seleta plateia, que não incluía nenhuma grande liderança política nem do empresariado nacional.
Moro defendeu uma política econômica liberal, na linha de Paulo Guedes, e a mesma pauta conservadora de costumes de Bolsonaro, com quem disputará a mesma faixa do eleitorado de direita, também cobiçado por Ciro, que suspendeu e ainda não retomou a campanha, após a crise do PDT na votação da PEC dos Precatórios.
Como já aconteceu em campanhas anteriores, só o fogo amigo de setores sinceros mas radicais do PT pode perturbar o caminho, por enquanto tranquilo, trilhado por Lula.
Gleisi Hoffmann, a presidente do partido, teve que correr para desautorizar uma declaração de amor à ditadura da Nicarágua, assinada pelo secretario internacional do PT, Romenio Pereira, que viu na vitória do candidato único Daniel Ortega, depois de prender os opositores, "uma grande manifestação popular e democrática".
"Nota sobre eleições na Nicarágua não foi submetida à direção partidária. Posição do PT em relação a qualquer país é a defesa da autodeterminação dos povos, contra interferência externa e respeito à democracia, por parte de governo e oposição. Nossa prioridade é debater o Brasil com o povo brasileiro", tuitou Gleisi nas redes do partido.
Aconteça o que acontecer, seja quem for o vencedor em 2022, só há uma certeza: o novo presidente vai ser o síndico de uma massa falida em meio à terra arrasada.
Vida que segue.
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