Trump ameaça o mundo com seu 'Projeto Vingança'
Está chegando a hora da grande decisão.
Donald Trump já demonstrou durante toda a longa campanha eleitoral que é uma grande ameaça, não só para a democracia e as instituições americanas, mas para o mundo civilizado.
Se ele for eleito na terça-feira (5), será muito mais perigoso do que foi no outro mandato porque agora seu único plano de governo consiste num "Projeto Vingança", contra tudo e contra todos que se colocaram em seu caminho.
Se perder, já deixou claro que não aceitará o resultado, como já aconteceu em 2020, a exemplo do que fez este ano o ditador Nicolás Maduro, na Venezuela. A diferença é que Washington tem o maior exército do mundo e bombas atômicas ao alcance de um botão vermelho. Os Estados Unidos não podem correr o risco de virar uma grande Venezuela.
Diante desse cenário assustador, não dá para ficar neutro, como o glorioso Washington Post, que em outros tempos já derrubou um presidente, Richard Nixon, por conspirar contra o processo eleitoral da maior e mais antiga democracia do mundo. Agora, em uma semana após esta decisão, o jornal já perdeu 250 mil assinantes indignados.
Em tempos normais, não seria tão difícil a escolha entre a democrata Kamala Harris e o autocrata Donald Trump, que chegam tecnicamente empatados ao grande dia desta eleição que deixa o mundo em suspense. "Difícil escolha", lembremos, foi o título de um editorial do Estadão na disputa entre Bolsonaro e Haddad, em 2018.
Mas sabemos que não estamos vivendo em tempos normais, com duas guerras em pleno andamento e uma crescente ameaça dos partidos de extrema direita, até na Alemanha, decididos a reviver a tragédia nazifascista dos anos 30/40 do século passado na Europa.
Por toda parte, desde a eleição de Trump em 2016, a invasão de Putin na Ucrânia e de Netanyahu em Gaza, vivemos um retrocesso civilizatório sem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial.
Com a omissão da Suprema Corte americana, que ele controla, e o apoio do arsenal midiático e financeiro de Elon Musk, o ex-presidente e candidato a ditador chega ao dia da eleição sem ter sido até hoje levado a julgamento pela tentativa de golpe no "putsch" contra o Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
Da mesma forma, por aqui, não foram sequer denunciados até agora pela Procuradoria-Geral da República o ex-capitão Jair Bolsonaro e seus generais pela invasão dos Três Poderes em Brasília, no abominável 8 de Janeiro do ano passado.
O que estará em jogo na próxima terça-feira é muito mais do que uma eleição presidencial. Pode ser um divisor de águas no futuro da humanidade: ou o fim do delirante ciclo autoritário, e o fortalecimento das democracias ameaçadas mundo afora, ou então uma nova conflagração, em que não haverá vencedores, só terra arrasada.
Com doido não se brinca, já nos ensinou o bigodinho daquele tal de Adolfo, do falecido Terceiro Reich, que continua assombrando o mundo até hoje. Trump, segundo antigos assessores, tem a maior admiração por ele. Precisa dizer mais?
Vida que segue.
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