Trump e Musk, a dupla que assusta o mundo: neonazismo no século 21?
Apenas três semanas após a posse da dupla Trump e Musk nos Estados Unidos, crescem em todo o mundo comparações, por atos, gestos e palavras, com a ascensão do nazismo de Hitler e Goebbels na Europa nos anos 30 do século passado.
A "blitzkrieg" deflagrada pelos dois, desde o primeiro dia, contra países de diferentes continentes; o clima e o meio ambiente; a ordem econômica mundial; as instituições e o aparelho governamental americano, revelam mesmo muitas semelhanças com a maior catástrofe humanitária da História moderna.
Por maior cuidado que se tenha com as palavras, elas foram feitas para explicar e não para esconder fatos. O gesto nazista de Musk, no próprio dia da posse, ato falho ou não, não deixa dúvidas sobre a intenção do homem mais rico do mundo, agora aboletado ao lado de Trump no comando do país que já tem o maior poderio militar e econômico do pós-guerra —e agora quer expandir seu "lebensraum", o espaço vital de que falava o líder original da extrema direita.
Como Hitler e Goebbels, Trump e Musk parecem declarar guerra ao mundo, a todos os que ousam se colocar em seu caminho contra seus propósitos totalitários, a cada dia mais explícitos e assustadores.
De que outra forma se pode qualificar o inacreditável plano de Trump para Israel evacuar a Faixa de Gaza, com o aliado Netanyahu mandando seus 2 milhões de habitantes para o espaço e, ao fim e ao cabo, entregar o território aos Estados Unidos, com o objetivo de ali plantar resorts de luxo numa imaginária Riviera do Oriente Médio?
Nem Hitler chegou a tanto. Ele invadiu muitos países, mas não apagou do mapa nem da História nenhum deles. Em lugar dos judeus, Trump escolheu os imigrantes como inimigos da pátria e já começou a mandá-los esta semana de volta aos seus países e para o campo de concentração de Guantánamo, a ilha caribenha transformada em centro de torturas fora do alcance da Justiça americana, após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A grande diferença é que agora o poder midiático do novo "Führer" está montado nas big techs lideradas por Elon Musk, enquanto Goebbels tinha apenas as ondas de rádio e os jornais amigos para ameaçar o seu povo e os outros países.
As modernas milícias digitais planetárias, armadas com algoritmos, que ajudaram a levar Trump ao poder, podem ser mais destruidoras do que tanques, aviões e canhões, e influir nas eleições de outros países, até na Alemanha, onde tudo começou, quase um século atrás. Não por acaso, Musk está patrocinando a campanha da AfD, a sigla dos neonazistas alemães, que está em segundo lugar nas eleições marcadas para fevereiro.
É tal a força da metralhadora giratória de anúncios e ameaças feitas diariamente por Trump nas redes sociais a seu serviço, que a mídia já não consegue acompanhar os desatinos, um após o outro, destes primeiros dias de Trump 2. Com isso, o imperador mundial autoproclamado rouba todas as manchetes e seu desvario acaba sendo naturalizado.
O objetivo é esse mesmo, segundo o guru Steve Bannon: espalhar bosta para todo lado e confundir os inimigos, que derrapam, enquanto Trump e Musk distraem seus devotos com ações contra funcionários públicos, pessoas trans e organismos nacionais e multilaterais, taxados genericamente como "comunistas". Sobre o drama da inflação de alimentos, que o levou à vitória, Trump nem fala mais.
Canadá, México, Panamá e Groenlândia são apenas as primeiras vítimas da megalomania trumpiana, que quer tomar tudo na mão grande, com medo do avanço da rota da seda chinesa, o novo poder que, silenciosamente, vai ocupando o espaço geopolítico que era dos americanos desde a Segunda Guerra.
Trump fez campanha e assumiu prometendo paz na América e no mundo, mas desde então não fez outra coisa a não ser perseguir adversários internos e mandar mais mísseis para Israel poder completar o serviço na cobiçada Palestina, governando por decretos e ordens executivas aos borbotões, sem dar a menor bola ao Congresso e ao Judiciário, que ele controla. No início da sua escalada, nem Hitler teve tanto poder para fazer o mal.
Para quem achava que ele estava blefando com seus planos mirabolantes, as primeiras semanas foram assustadoras, e nada indica que essa ofensiva totalitária e desumana possa ter um final feliz. Até agora, pelo menos, não surgiu ninguém capaz de deter esta insanidade ambulante que voltou ao poder para se vingar de Deus e o diabo na terra do sol. A Europa e o resto do mundo também demoraram para descobrir o poder destrutivo de Hitler e Goebbels.
Como diz um velho amigo meu, ainda bem que já estou de saída...
Vida que segue.
2 comentários
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Helio Hissao Shinsato
Trump 2024.07.26: “Cristãos, saiam e votem! Só desta vez. Vocês não terão mais que fazer isso.” Ele prometeu uma força-tarefa para combater o ‘preconceito contra cristãos’. Como se a maioria sofresse nas mãos da minoria... Ele segue os passos do líder alemão dos anos 30, criando uma SoS para intimidar e perseguir opositores. Pode então anexar a Groenlândia, o Canadá, o Canal do Panamá... Talvez o Trumpistão logo dê lugar ao Muskistão...
Ernesto Freire Pichler
Kotscho sempre preciso e correto. O mundo está ameaçado, mas a democracia vencerá.