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Governo deve desistir de CPI da Petrobras, mas manterá discurso de 'guerra'
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) deve deixar de lado a ideia de criação de uma CPI da Petrobras, que ganhou força no último final de semana, com mais um aumento dos preços dos combustíveis. Apesar disso, o presidente deve manter o discurso contra a política da estatal, justamente porque o tema tem sido apontado como um dos maiores problemas ao seu projeto de reeleição.
A renúncia do presidente da estatal, José Mauro Coelho, na manhã desta segunda-feira (20), foi vista como uma 'vitória' de Bolsonaro, que já indicou novos nomes para a diretoria da empresa, mas esbarrava na resistência de Coelho em deixar o cargo.
Na avaliação de um interlocutor de Bolsonaro, a saída de Coelho vai arrefecer esse movimento de CPI, que teria dificuldades de tramitar em ano eleitoral.
A leitura que está sendo feita por auxiliares do presidente é que a CPI poderia não ter tanta efetividade e até mesmo criar mais dificuldades no Congresso para que o governo trate outros projetos em tramitação sobre o tema de combustíveis.
Mesmo sem a CPI, nas palavras de um auxiliar, Bolsonaro vai manter o discurso de "guerra aos preços".
Lira definirá próximos passos
A orientação no Palácio do Planalto é deixar que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tome a iniciativa de enterrar a CPI antes mesmo de dar início a ela. Lira convocou uma reunião para essa segunda para tratar do tema, já em andamento.
Segundo apurou a coluna, a estratégia de colocar o tema CPI na mesa foi uma forma de ampliar a pressão sobre Coelho. "Um balão de ensaio que deu certo", admitiu uma fonte.
Aliados do governo no Congresso dizem que ideia para manter o discurso de que a classe política segue trabalhando para tentar combater a alta dos preços é voltar a concentrar os esforços na PEC que permitirá a compensação aos estados que zerarem ICMS sobre diesel e gás de cozinha.
Além disso, outras propostas estão em avaliação no Congresso, como a que eleva a taxação do lucro da Petrobras, ou a que discute a política de preços da estatal e também a que trata sobre taxar as exportações de petróleo.
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