Bolsonarista da Faria Lima vai ao MP pedir PT fora das eleições

Em meio aos episódios frequentes de intolerância política no país, o diretor de uma das principais associações da Faria Lima, o assessor de investimentos Gustavo Araújo foi ao Ministério Público pedir o "cancelamento" do PT e defender que candidatos do partido em todo o país sejam impedidos de disputar as eleições.

Em vídeo postado em suas redes sociais na semana passada, o diretor da AIs Livres (Associação dos Assessores de Investimentos) aparece em frente ao Ministério Público de São Paulo com a denúncia que ele afirma ter protocolado na instituição, e estimula que outros façam o mesmo.

Recentemente, Araújo anunciou sua pré-candidatura a deputado estadual em São Paulo também pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro.

Araújo, além de diretor da AIs Livres, é ex-militar e atua também como dirigente da Confederação Monárquica do Brasil, entidade que defende a instalação de uma monarquia parlamentarista no país. Ele é próximo do deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), herdeiro da família real brasileira, entusiasta e beneficiário de uma eventual mudança de regime. O congressista tem encampado na Câmara pautas de interesse da AIs Livres.

O diretor da AIs Livres usa como base para sua denúncia ao MP trecho vazado de delação premiada do empresário Marcos Valério, em que ele afirma ter ouvido de dirigente do PT que havia uma ligação entre o partido e o PCC (Primeiro Comando da Capital), principal grupo criminoso do país.

"Considerando esse fato, considerando os escândalos da Lava-Jato envolvendo os maiores casos de corrupção com o Partido dos Trabalhadores é necessário que o Ministério Público faça o quanto antes o cancelamento deste partido", diz Gustavo Araújo.

Questionado pela coluna se acredita ter chance de êxito no pedido, Araújo afirmou que "acredita nas instituições públicas". "E acredito que a Justiça eleitoral irá fazer as investigações".

Segundo o investidor, existem "provas fartas de que o PT se tornou uma organização criminosa". "Em qualquer País sério, se um partido político tiver relações de ex-tesoureiros ligados a organizações criminosas e financiamento externo de países ditatoriais, deve-se haver o imediato cancelamento conforme art. 30 da Lei 9.096/95", afirmou.