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Bolsonaro até seguiu o script, mas não se aguentou e refez ameaças ao STF
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Era fala de improviso. Os temas haviam sido propostos pela equipe do marketing da campanha, mas o presidente Jair Bolsonaro (PL) já tinha avisado que não seguiria um discurso escrito. E, no lançamento de sua candidatura à reeleição, no Rio de Janeiro, neste domingo (24), ele falou por pouco mais de uma hora.
Tudo começou exatamente como o script previa: chegou de mãos dadas e trocou beijos com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, fez afagos aos políticos presentes no evento, falou de mulheres, do Nordeste, dos auxílios.
Mas, quando sua fala já passava dos 50 minutos, o presidente voltou ao seu discurso já tradicional de ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Desta vez, no entanto, a convocação para o ato do 7 de setembro, que contou com um som de suspense bem alto no momento, teve uma ameaça. O presidente disse que os "surdos de capa preta" precisam entender o que é a voz do povo e disse, sem maiores explicações, que a manifestação em 7 de setembro será "a última vez" que os apoiadores irão às ruas.
Neste momento, o público presente no Maracanãzinho, começou a vaiar e gritar "Supremo é o povo".
Empolgado com os gritos dos apoiadores, Bolsonaro voltou a falar que o seu "Exército é o povo" e pediu que todos repetissem: "Eu juro dar minha vida pela minha liberdade".
Sem falar diretamente das urnas eletrônicas, que tem atacado sistematicamente sem provas, o presidente ainda afirmou que esse "seu Exército" não vai admitir fraude.
Campanha vê saldo positivo e minimiza ataques: 'limite do aceitável'
O Maracanãzinho não estava exatamente lotado, mas a campanha diz que conseguiu colocar as 10 mil pessoas que estavam esperando. Havia espaços livres na pista em frente ao palco e também algumas arquibancadas vazias.
O evento, assim como a fala do presidente, porém, foi visto como positivo por integrantes da campanha, com destaque para a participação de Michelle.
A convocação para 7 de setembro, em tom de ameaça, foi considerada por auxiliares como algo "no limite do aceitável". Segundo um auxiliar, Bolsonaro ao menos conseguiu evitar falar nominalmente sobre algum ministro do Supremo.
Há meses a equipe de campanha à reeleição de Bolsonaro vem alertando que é preciso ajustar seu discurso e que o ataque às urnas não rende votos. Bolsonaro, porém, vem mantendo sua ofensiva contra o TSE e, na semana passada, reuniu embaixadores para disseminar suas teorias sem provas.
Michelle 'pastora'
A primeira-dama Michelle Bolsonaro também cumpriu o script determinado pela campanha do presidente. Pousou de esposa amorosa e fez a defesa de Bolsonaro nos temas mais sensíveis para ele: rejeição das mulheres e Nordeste.
Por pouco mais de 10 minutos, Michelle fez uma espécie de pregação ao falar em nome de Deus por diversas vezes. No fim, ela pediu para que o evento fosse encerrado com uma oração de Pai Nosso.
Para a equipe de campanha, a primeira-dama foi considerada o grande trunfo da convenção de hoje. A expectativa é que ela de fato agora entre na campanha do presidente.
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