Carla Araújo

Carla Araújo

Reportagem

Exército pune major que mentiu sobre ordem para cantar hino nacional no 8/1

O Exército decidiu punir dois militares por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro: um oficial tomou três dias de prisão, e o outro, uma advertência.

O que ficou três dias detido em um batalhão do Exército teve que responder se deu a ordem para um subordinado cantar o Hino Nacional dentro do Palácio do Planalto no momento da invasão.

Algumas imagens do 8/1 mostraram oficiais do Exército cantando o hino junto a bolsonaristas e "patriotas". Na apuração do Exército, um sargento que apareceu cantando com os manifestantes disse que teria recebido a ordem de seu superior, um major.

Ao ser questionado se havia dado a ordem, o major negou. No entanto, as evidências captadas pela sindicância apontam que, sim, foi o superior hierárquico do sargento que deu a ordem, então ele é quem deve ser punido.

Segundo um general ouvido pela coluna, durante as investigações, os militares que admitiram cantar o hino afirmaram que se tratava de uma tentativa de acalmar os manifestantes.

No caso em questão, o militar teria sido punido por mentir, e não por dar a ordem para cantar o hino.

A identidade dos militares punidos não foi divulgada. Segundo oficiais ouvidos pela coluna, a conduta busca preservar o militar.

O que diz o Exército

Em nota, o Centro de Comunicação Social do Exército informou que não houve indícios de crime nos casos investigados pela sindicância, "mas transgressões disciplinares na conduta e procedimentos adotados durante a ação no Palácio do Planalto, que após apuradas ensejaram duas punições disciplinares aos militares envolvidos".

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Segundo o Exército, após os ataques aos prédios dos três Poderes no dia 8 de janeiro do ano passado, foram instaurados quatro Inquéritos Policiais Militares (IPMs) e quatro processos administrativos (sindicâncias) com a finalidade de apurar eventuais crimes ou desvios de conduta de militares do Exército Brasileiro.

Investigações internas apuram possíveis transgressões disciplinares e desvios de conduta durante o 8 de janeiro. Elas foram abertas em março do ano passado, a pedido do comandante do Exército, general Tomás Paiva.

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