Carolina Brígido

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Opinião

Relatório da PF sobre fraude em cartão de vacina pode beneficiar Bolsonaro

O relatório das investigações da Polícia Federal sobre suposta fraude em cartões de vacina fortalece a linha de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. No documento enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quinta-feira (18), a PF afirma que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos não sabe se Bolsonaro e seus auxiliares apresentaram algum cartão de vacinação contra a covid-19 ao entrar no país após as eleições de 2022.

A suspeita é que, além de ter falsificado os cartões, o ex-presidente e pessoas próximas teriam usado o documento falso para entrar nos Estados Unidos. Em março, a defesa de Bolsonaro divulgou nota na qual afirma que as autoridades norte-americanas não exigiram o cartão de vacina como condição para ingresso no país.

"Ao ingressar nos EUA, no final de dezembro de 2022, nenhum atestado vacinal lhe foi solicitado, visto que, na condição de presidente da República, estava dispensado de tal exigência. Ao deixar os EUA, em março de 2023, realizou teste de PCR na véspera, valendo-se de tal documento para regressar ao Brasil", diz a nota.

A partir do relatório da PF, o relator, ministro Alexandre de Moraes, enviará as investigações para o procurador-geral da República, Paulo Gonet. Ele terá prazo de 15 dias para decidir se apresenta denúncia contra Bolsonaro pelo crime, ou se manda arquivar o caso por falta de provas.

Ainda que o relatório da PF beneficie Bolsonaro, o ex-presidente ainda pode ser denunciado pela prática de outros crimes. A suspeita é que o ex-presidente cometeu associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações.

Vale lembrar: Bolsonaro responde a outros casos no STF - entre eles, o da suposta venda de joias sauditas para proveito próprio e a tentativa de golpe de Estado.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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