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Doria retira as máscaras, mas leva votos?
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Estagnado nas pesquisas e a treze dias de deixar o cargo de governador na tentativa de ser o candidato à presidência da República pelo PSDB, João Doria deu uma de suas últimas cartadas. Retirou a obrigatoriedade do maior símbolo da pandemia: as máscaras de proteção. Elas seguem obrigatórias no estado de São Paulo apenas em transportes públicos e nos seus acessos, nos hospitais e nos consultórios médicos.
Medida com cunho eleitoral?
Certamente. Ainda mais da forma como foi anunciada, no programa do provável candidato ao Senado com o apoio tucano, José Luiz Datena. Coincidentemente ou não, a decisão ocorre ao mesmo tempo em que caciques tucanos tentam segurar Eduardo Leite no partido para lançá-lo como candidato da terceira via, passando a perna no governador paulista. Doria antecipou em seis dias a decisão e anunciou dizendo que estava emocionado em liberar o uso de máscaras.
Terá resultado?
Certamente não. Apesar de todo o esforço de marketing e comunicação, João Doria segue aterrissado nas pesquisas eleitorais com 2% ou 3% das intenções de voto. A sua rejeição é incompreendida pela sua equipe e ele mesmo, mas claramente entendida pelos seus críticos. "Ele não sabe fazer política. Não é generoso e quer aparecer mais do que todo mundo", disse um tucano histórico que pensa em seguir Alckmin e apoiar Lula à presidência.
Decisão eleitoral ou científica?
Em entrevista ao UOL News nesta sexta-feira, o secretário estadual de Saúde e médico infectologista, Jean Gorinchteyn, garantiu que a retirada das máscaras não é uma medida eleitoral. Segundo o médico, a decisão foi tomada de forma unânime entre os nove especialistas que orientam o governo de São Paulo. A queda de 76% das internações e a redução do número de casos e mortes, além da vacinação de mais de 90% da população, foram fundamentais para o fim da obrigatoriedade.
Não é o que diz o ex-presidente da Anvisa, médico e comentarista do UOL News, Gonzalo Vecina Neto:
"A medida não é aconselhável já que a queda não se aproxima de zero e temos ainda a ameaça da variante BA2 que pode se transformar em uma preocupação".
Com ou sem máscara, o eleitor de São Paulo parece não se empolgar com as medidas e anúncios do gestor que virou político.
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