Polícia apura se namorada participou de sequestro de empresário espanhol

Durante o jantar em uma padaria, o empresário diz ter percebido que "sua namorada recebia diversas mensagens no seu celular de uma pessoa chamada THOR". Ainda de acordo com ele, sua namorada usava o celular de "forma escondida".

Quando retornava a pé para casa, Aristizábal notou que no caminho havia uma caminhonete da Polícia Civil e um homem com uniforme, de cabelos loiros, portando um fuzil, ao lado da viatura.

Ao passar pelo veículo, o "policial" teria abordado o empresário gritando "Interpol", apreendido seu celular e o algemado. Aristizábal afirma ter chegado ao cativeiro por volta da 1h30 de quarta-feira.

"No local, tiraram uma foto do declarante, tendo sido levado para dentro do local, algemado, oportunidade na qual viu os dois policiais que o conduziram, bem como outra pessoa que estava no interior do imóvel".

Posteriormente, ainda de acordo com seu relato, chegaram dois furgões, com mais quatro pessoas e um cachorro.

Durante os dias em que passou em cativeiro, ele afirmou ouvido a voz e, posteriormente, ter visto sua namorada no cativeiro conversando com os sequestradores.

O empresário espanhol diz acreditar que sua namorada esteja envolvida em seu sequestro, pois "ela sabia quanto de dinheiro ele possuía em suas contas bancárias".

A namorada do empresário espanhol é oficialmente investigada, de acordo com a apuração do UOL.

A coluna descobriu que Gulistan Luana abriu uma empresa, a Lux Bank Brasil Investimentos Ltda, no dia 20 de fevereiro do mês passado. A empresa teve seu funcionamento suspenso quatro dias depois.

A reportagem tentou entrar em contato com Gulistan Luana. Caso ela se pronuncie, o texto será atualizado.

Transferência em criptomoedas

De acordo com o relato de Aristizábal, na manhã seguinte, o sequestrador loiro retirou 10 milhões de dólares de sua conta bancária, no Capilanz Bank, do qual ele afirma ser sócio majoritário. Outras transferências chegaram a 50 milhões de dólares.

"O dinheiro não pode ser convertido em espécie, apenas trocado por criptomoedas," afirmou o empresário espanhol.

Aristizábal contou ainda que aproveitou uma distração do PM reformado Batista, que fazia a guarda no cativeiro, e conseguiu fugir. Policiais militares foram ao local e prenderam Batista em flagrante.

Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) afirma que, além da prisão, foram apreendidos uma espingarda calibre 12, munições, duas algemas e um veículo.

O policial militar reformado Ronaldo da Cruz Batista teve sua prisão preventiva decretada pela Justiça de São Paulo. Ele preferiu se manter em silêncio quando foi interrogado por policiais.

O caso está sob investigação da Dope (Divisão Antissequestro do Departamento de Operações Policiais Estratégicas). Os outros envolvidos ainda não foram identificados.

Por sua vez, a Polícia Federal vai investigar as circunstâncias da presença de Aristizábal no Brasil.